Agência France-Presse
postado em 15/08/2010 11:17
A esposa do primeiro-ministro israelense, Sara Netanyahu, pediu ao ministro do Interior, Elie Yishai, que não expulse 400 filhos de imigrantes ilegais, apesar da autorização do governo."Como psicóloga, funcionária do serviço público e mãe de dois filhos, imploro que exerça sua autoridade para permitir que a maioria destas 400 crianças fiquem em Israel", escreveu Sara Netanyahu ao ministro, segundo a imprensa.
Yishai, líder do partido ultraortodoxo Shass, rejeitou o pedido em nome da "defesa do caráter judaico do país", ameaçado, segundo ele, pela imigração clandestina, destacaram os jornais israelense.
Milhares de israelenses, incluindo Aliza Olmert, esposa do ex-premier Ehud Olmert, protestaram no sábado em Tel Aviv contra a expulsão das crianças.
O governo decidiu em 1; de agosto expulsar os 400 filhos de imigrantes ilegais, mas autorizou a permanência de outros 800 no país.
Segundo a decisão governamental, as crianças que moram há pelo menos cinco anos em Israel e falam hebraico terão o direito de ficar no país. As outras serão enviadas com suas famílias para seus países de origem nas próximas semanas.
O destino das crianças provocou uma comoção em Israel, já que elas falam hebraico, frequentam escolas israelenses e consideram Israel a sua pátria.
Apesar dos moradores ilegais não terem acesso aos direitos sociais, os filhos podem frequentar escolas de maneira gratuita e têm cobertura médica.
De acordo com os cálculos oficiais, 220 mil trabalhadores estrangeiros moram em Israel, 100 mil deles de maneira ilegal.