Mundo

Seul e Pyongyang trocam advertências antes de exercícios militares

Agência France-Presse
postado em 15/08/2010 14:17
A Coreia do Sul exigiu da Coreia do Norte hoje (15/8) o fim das provocações, depois que Pyongyang ameaçou Seul com "o mais severo dos castigos" pelos exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos que devem começar amanhã.

Os dois rivais trocaram advertências depois de Seul ter revelado um mapa do caminho para uma eventual reunificação da península e um dia antes do início das maniobras de grande escala, que reunirão durante 10 dias um total de 56 mil soldados sul-coreanos e 30 mil militares americanos.

"É hora de Pyongyang enfrentar a realidade, fazer uma mudança corajosa e tomar uma decisão drástica", afirmou neste domingo o presidente sul-coreano Lee Myung-Bak. "As duas Coreias devem superar o atual estado de divisão e avançar rumo ao objetivo de uma reunificação pacífica", completou em um discurso de celebração aos 65 anos de libertação da península do regime colonial japonês.

Lee advertiu que Seul não vai tolerar provocações militares do vizinho. No entanto, Pyongyang advertiu que o exército e o povo do Norte infligiriam o "mais severo castigo" a Seul pelas manobras militares conjuntas, "como já decidiu e anunciou no país e no exterior", destacou um comandante do exército norte-coreano, citado pela imprensa oficial. "O contragolpe militar será o mais severo castigo infligido a alguém até hoje no mundo", completou a mesma fonte.

As relações entre os dois países são tensas desde o afundamento em março de um navio de guerra sul-coreano, que deixou 46 mortos. Seul e Washington responsabilizaram Pyongyang pelo ataque, após uma investigação internacional.

Mas o Norte nega qualquer envolvimento no naufrágio.

Os exercícios que começam na segunda-feira integram uma série planejada por Seul após o afundamento do "Cheonan".

O general Walter Sharp, que comanda os soldados americanos na Coreia do Sul, descreveu as manobras como "um dos maiores exercícios militares conjuntos do mundo".

A Coreia do Norte qualificou as manobras de "ações práticas destinadas a uma invasão militar".

Em julho, a Coreia do Sul e os Estados Unidos executaram exercícios aéreos e no mar do Japão. Há uma semana, Seul testou manobras de defesa antisubmarina no Mar Amarelo e Pyongyang respondeu com disparos de artilharia.

O presidente sul-coreano revelou neste domingo um mapa do caminho de vários passos para uma reunificação, começando pela criação de uma "comunidade de paz", depois que a península estiver livre das armas nucleares.

O segundo passo seria desenvolver a economia do Norte consideravelmente e formar uma comunidade econômica, com o objetivo de alcançar uma integração econômica.

"Eventualmente as duas Coreias poderão acabar com a muralha de sistemas diferentes e estabelecer uma comunidade que garantirá dignidade, liberdade e direitos básicos a todos os indivíduos", completou Lee. "Por meio deste processo poderemos fazer a reunificação pacífica da Coreia", concluiu.

Para financiar a cara reunificação, Lee propôs a criação de um imposto especial, já que um estudo encomendado pelo Parlamento sul-coreano calculou os custos em até US$ 1,3 bilhão.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação