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Avião se parte em três na Colômbia

Acidente no pouso, na ilha caribenha de San Andrés, deixou apenas um morto entre as 127 pessoas a bordo. Quatro brasileiros estão entre os sobreviventes

Quatro brasileiros estão entre os sobreviventes do acidente sofrido ontem por um avião da companhia Aires quando se preparava para aterrissar na Ilha de San Andrés, no Caribe colombiano. O Boeing 737, que tinha partido de Bogotá, chegou ao destino em meio a forte tempestade, e partiu-se em três na pista do Aeroporto Gustavo Rojas Pinilla. A única morte entre os 121 passageiros e seis tripulantes a bordo foi de Amar Fernández de Barreto, de 68 anos, que sofreu um ataque cardíaco.

Os brasileiros Tiago Cavalcanti, Carolina Gonçalves, Ramiro Lobo e Catherine Silva Lobo, que são amigos e passavam férias na Colômbia, passaram por exames médicos e foram liberados ; com exceção de Carolina. ;Nós estamos bem, mas continuamos aqui no hospital porque minha mulher está grávida, a membrana (uterina) se rompeu e ela corre o risco de perder nosso bebê, de cinco meses;, disse Tiago ao Correio, por telefone.

Um patrulheiro da Polícia Nacional colombiana disse ao jornal El Tiempo, de Bogotá, que ouviu um estrondo na altura da cabeceira da pista e logo depois viu o avião sofrer um impacto. As autoridades continuam aguardando o resultado da investigação para confirmar as causas da queda. ;A pista do aeroporto foi fechada para que as equipes limpem o caminho, uma vez que destroços da aeronave ainda estão no local;, informou o coronel David Barrero, da Força Aérea. Os voos foram temporariamente interrompidos em San Andrés.

O brasileiro Ramiro Lobo lembra que o comandante tinha anunciado que o pouso seria normal, apesar do mau tempo, mas o Boeing começou a descer em alta velocidade e o brasileiro temeu por uma queda no mar. ;O avião estava descendo muito rápido e comecei a ficar com medo. Não era normal aquilo, então pensei: não acredito que vou morrer aqui;, contou Ramiro, que é oficial do Exército, à BBC Brasil.

;O avião pousou com muita força, foi cena de filme mesmo. Caímos na ponta da pista, por pouco não caímos no mar;, continuou o brasileiro. Ele pensou que o avião fosse explodir. ;Vi na nossa esquerda um clarão e sabia que ali estava pegando fogo. Tudo o que eu pensava era: esse avião vai explodir e nós estamos dentro dele;, relembra. Um passageiro colombiano teve impressão parecida. ;Até que começou a descida, íamos bem. Depois, não posso dizer, porque recebemos um golpe;, contou Heriberto Rúa à rádio colombiana Caracol. A mulher de Heriberto e os cinco filhos sofreram apenas ferimentos leves.

Depois do impacto, Lobo conta que algumas pessoas ficaram desacordadas. ;Quando vi que estávamos vivos, a única coisa que poderíamos fazer era correr, foi instinto de sobrevivência;, disse. Ele e outros sobreviventes pularam um dos muros de contenção da pista, com ajuda de moradores, e foram levados ao hospital.

A lista de passageiros inclui, além de cidadãos colombianos e dos quatro brasileiros, seis americanos, cinco franceses, quatro costarriquenhos e dois alemães, segundo informou o coronel Hector Carrascal, diretor de serviços de navegação da Autoridade de Aviação Civil colombiana. Pelo menos cinco pessoas ficaram gravemente feridas e apenas seis pessoas escaparam ilesas, entre elas um bebê colombiano de 18 meses.