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Rússia defende o funcionamento da central nuclear iraniana em Bushehr

Agência France-Presse
postado em 18/08/2010 15:54
A Rússia defendeu hoje (18/8) a primeira central nuclear do Irã que ela ajudou a construir em Bushehr, no sul do país, a poucos dias de uma cerimônia que marcará o lançamento oficial dessa instalação.

O ministro das Relações Exteriores Sergei Lavrov descreveu a usina controversa como uma "âncora" que ajudará o Irã a manter-se firme no uso pacífico da energia nuclear durante uma cúpula regional em Sóchi, às margens do Mar Negro.

"Ela é totalmente protegida de qualquer risco de proliferação. Essa ideia é partilhada por todos os dirigentes dos países ocidentais", afirmou.

A cerimônia de lançamento da primeira central nuclear iraniana que começará a funcionar no próximo sábado contará com a presença do chefe da Agência Federal russa de Energia Atômica, Sergei Kirienko.

"Recomendo a todos que pensam que este é um mau sinal de voltar, em particular, ao antigo presidente americano George Bush, que havia considerado o projeto de Bushehr como exemplo de cooperação com o Irã, particularmente no domínio nuclear", acrescentou Lavrov.

"No que concerne as especulações, elas sempre existirão em qualquer evento, mesmo em um como a abertura da central de Bushehr, que é irrepreensível em vista da legislação internacional", disse ainda o líder da diplomacia russa.

A construção de Bushehr foi concluída em fevereiro de 2009 e a Rússia havia, em seguida, enviado o combustível nuclear necessário para o funcionamento.

O projeto foi criado pelo grupo alemão Siemens antes da revolução islâmica de 1979, depois interrompido logo após o começo da guerra Iraque-Irã em 1980. Em 1994, a Rússia retomou as obras, que deveriam, inicialmente, ser concluídas em 1999.

O Irã está sob sanções da ONU. A comunidade internacional suspeita que Teerã esteja tentando construir bombas atômicas sob o pretexto de um programa nuclear civil.

Os países ocidentais, Estados Unidos à frente, manifestam as preocupações quanto ao funcionamento da nova usina, sem, no entanto, levar a questão ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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