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Funcionário da Fundação Mandela confirma ter guardado diamantes de Naomi

Agência France-Presse
postado em 18/08/2010 18:36
Um funcionário da Fundação Nelson Mandela pediu demissão após admitir ter guardado diamantes brutos entregues pela modelo Naomi Campbell, anunciou hoje (18/8) a associação beneficente sul-africana.

Jeremy Ratcliffe, que trabalhava para o Fundo de Ajuda à Infância de Nelson Mandela (NMCF), pediu demissão 12 dias após admitir ter guardado os diamantes durante cerca de dez anos. As pedras teriam sido um presente do ex-presidente da Libéria, Charles Taylor, que atualmente é julgado por crimes contra a humanidade em Haia.

[SAIBAMAIS]Ratcliffe só os entregou na semana passada à polícia sul-africana, que tenta identificar a origem das pedras.

Ele admitiu ter guardado os três pequenos diamantes oferecidos pela top-model, ;uma amiga;, no Trem Azul (trem de luxo que liga Johannesburgo e a Cidade do Cabo) em 26 de setembro de 1997.

Naomi queria doar os diamantes para o fundo, mas Ratcliffe disse não querer envolver a instituição em eventuais atividades ilegais.

Segundo o comunicado da NMCF desta quarta-feira, Jeremy Ratcliffe "lamenta" não ter informado a associação e por ter agido dessa forma, pedindo desculpas por ter prejudicado a reputação da Fundação Mandela.

O Tribunal Especial para Sierra Leoa (TSSL) em Haia não irá chamá-lo como testemunha.

A modelo afirmou recentemente em depoimento durante o processo do antigo presidente da Libéria ter recebido os diamantes na noite seguinte ao jantar de caridade organizado em 1997, na Cidade do Cabo, pelo ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, no qual estava Charles Taylor.

A acusação no TSSL quer demonstrar que Charles Taylor, 62 anos, mentiu ao afirmar que jamais teve posse de diamantes brutos.

O ex-presidente da Libéria se diz inocente de onze crimes, que incluem assassinatos, estupros e alistamento de crianças-soldados durante a guerra civil em Serra Leoa, que fez 120 mil mortos.

Taylor, cujo processo foi aberto em janeiro de 2008, é acusado de ter dirigido secretamente os rebeldes do RUF durante a guerra civil (1991-2001), fornecendo armas e munição em troca de "diamantes de sangue".

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