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Ajuda internacional chega lentamente a um Paquistão desesperado

Agência France-Presse
postado em 18/08/2010 20:50
O Paquistão anunciou já ter recebido US$ 300 milhões de ajuda internacional para as milhões de vítimas das inundações, mas muitas pessoas continuavam sem teto ou comida, aumentando as críticas contra a ineficácia do governo.

As enchentes varreram aldeias, terras cultiváveis e a infraestrutura, convertendo-se na pior catástrofe da história do país.

Mais de 650 mil famílias vivem sem um alojamento mínimo, segundo o escritório de coordenação de assuntos humanitários das Nações Unidas (Ocha).

Perto de Multan, no sul da província de Punyab (centro), cerca de três mil refugiados, a metade crianças, lutavam contra um calor infernal, nuvens de mosquitos e problemas de saúde.

A ONU pediu na semana passada US$ 460 milhões de ajuda para evitar que a falta de alimentos e as enfermidades provoquem uma "segunda onda de mortos" e, nesta quarta-feira, anunciou ter recebido 50% desse total, incluindo promessas que ainda devem se converter em dinheiro efetivo.

A União Europeia decidiu hoje aumentar a ajuda em 30 milhões de euros, com um total 70 milhões. Na segunda-feira, o Banco Mundial havia concedido ao país um empréstimo de US$ 900 milhões.

Zamir Akram, embaixador do Paquistão na ONU em Genebra, disse que o país recebeu ajuda de US$ 301 milhões por meio das Nações Unidas e mecanismos diretos de auxílio.

Vários países, como Afeganistão, Turquia, Estados Unidos e Arábia Saudita prometeram doar milhões de dólares.

A Organização da Conferência Islâmica (OCI) pediu aos países muçulmanos que concedam uma "ajuda urgente" ao Paquistão, e o Papa Bento XVI exortou a comunidade internacional a dar um "apoio concreto" ao país.

As agências de ajuda destacaram nos últimos dias a dificuldade em se obter o dinheiro necessário para socorrer seis milhões de flagelados, expostos a doenças como tifo, hepatite e cólera.

Até o momento, as inundações já deixaram 1.475 mortos e 2.052 feridos, além de 970.520 casas destruídas, segundo o ministro da Informação, Qamar Zaman Kaira.

O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, que está na Rússia para assistir à reunião regional sobre o Afeganistão, estimou que o país "sairá fortalecido como nação" após o desastre.

Boa parte das vítimas - ainda em campos improvisados ao longo das estradas - denuncia a atitude inoperante do governo.

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