Agência France-Presse
postado em 20/08/2010 20:35
Centenas de policiais antimotins de Honduras retiraram violentamente hoje (20/8) milhares de educadores que bloqueavam duas avenidas pedindo diálogo direto com o governo por salários não pagos, constataram jornalistas da AFP.Exigindo diálogo direto com o presidente Porfírio Lobo, para definição do pagamento de montantes devidos pelo governo ao instituto de previdência da categoria, os professores ocuparam as avenidas Forças Armadas e Miraflores, no leste da capital, provocando um intenso congestionamento.
Em determinado momento, os policiais atacaram com bombas de gás lacrimogênio e paus, fazendo os professores retrocederem, dos quais em torno de 20 foram presos e outros ficaram levemente feridos.
Os professores, reunidos pela Federação de Colégios Magisteriais de Honduras (FOMN) refugiaram-se no bunker, a Universidade Pedagógica Nacional (UPN).
Outro dirigente, Edgardo Casaña, disse que agora também exigem ao governo que devolva o dinheiro deduzido do salário pelos dias não trabalhados por conta da greve.
O governo e os professores, que paralisam o trabalho há duas semanas, conseguiram há dez dias um acordo para solucionar a crise, motivada por uma dívida que o governo mantém com o Instituto de Previdência do Magistério (Inprema), que administra as aposentadorias.
O primeiro acordo entre as partes prevê que uma auditoria internacional determinará o montante da dívida, tendo em vista que as partes não concordam sobre esse assunto.
O governo se comprometeu a pagar US$ 94 milhões para honrar a dívida do Estado com o Inprema no mais tardar em 31 de dezembro.
No entanto, os professores estimam que o governo deduza do instituto cerca de US$ 190 milhões, acumulados nos últimos dois anos por não cumprimento no pagamento das cotas que correspondem ao Estado como patrono. Por isso, os professores não assinaram o acordo com a comissão e exigiram a Logo que os atenda para solucionar a crise e exigir a separação do ministro da Educação, o próprio ex-companheiro Alejandro Ventura, petições às quais o presidente não atendeu.