postado em 21/08/2010 13:54
Um acordo que restabelecerá oficialmente as relações diplomáticas entre a Venezuela e a Colômbia poderá ser divulgado ainda hoje (21/8) pelo presidente Hugo Chávez. Ontem (20/8) os chanceleres colombianos Nicolas Maduro e Maria Angela Holguin estiveram reunidos durante três horas em Caracas, capital venezuelana, para acertar detalhes do acordo que envolve temas econômicos, energéticos, o desenvolvimento ferroviário, a segurança, o turismo e o trabalho social na fronteira entre os dois países.Segundo informação da Agência Venezuelana de Notícias (AVN), o presidente Chávez divulgará a Declaração de Restabelecimento Pleno de Relações entre a Venezuela e a Colômbia, apresentando projetos de curto e longo prazos. Chávez disse que a normalização das relações entre os dois países obedece a "uma visão geopolítica. Uma saída da Venezuela para o Pacífico, passando pela Colômbia, é muito necessária para nosso país e para a integração continental".
A chanceler colombiana, Maria Ángela Holguin, disse que o trabalho social na região de fronteira será um dos mais importantes após o restabelecimento das relações diplomaticas com a Colômbia. "É imperiosa a necessidade de oferecer às populações fronteiriças uma qualidade de vida de acordo com a riqueza existente na região".
Holguin ressaltou que vínculos estáveis entre a Venezuela e a Colômbia são necessários porque "somos povos irmãos que merecem ter um destino produtivo, tranquilo e com mais solidariedade".
Hugo Chávez rompeu relações diplomáticas com o governo do então presidente Álvaro Uribe no dia 22 de julho, após denúncia do governo colombiano sobre a presença de 1,5 mil guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território venezuelano. Uribe afirmava que a permanência das Farc na Venezuela era tolerada por Chávez.
O novo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que tomou posse no último dia 7, prometeu trabalhar intensamente para reconstruir as relações diplomáticas com a Venezuela. Em seu discurso de posse, Santos afirmou que, assim como não tem inimigos dentro do território de seu país, não os deseja no nível internacional.
"Um de meus propósitos fundamentais", disse o presidente, "será restabelecer a confiança e privilegiar a diplomacia e a prudência". Santos acrescentou que a palavra "guerra" não existe em seu vocabulário. "Quem afirma que a deseja, não sabe o que é uma guerra de verdade. Prefiro privilegiar o diálogo franco e direto".