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Chuvas provocaram mais mortos e desabrigados na China e no Paquistão

postado em 22/08/2010 09:58
As tempestades que assolam parte da Ásia e do Oriente fizeram mais vítimas. Os rios da China e do Paquistão enfrentam as piores inundações em décadas e o número de afetados já ultrapassa a casa dos milhões. No nordeste chinês, 50 mil moradores de Dandong tiveram de deixar suas casas ontem, por causa do transbordamento do Rio Yalu, na fronteira com a Coreia do Norte. Doze pessoas morreram, 80 estão desaparecidas, 230 moradias desmoronaram e houve interrupção dos serviços de transporte, energia e comunicações. Desde janeiro, 3,9 mil pessoas morreram no país por causa das chuvas torrenciais.

Segundo uma reportagem publicada no jornal oficial Diário do Povo, a maior parte dos desaparecidos são funcionários de uma mina de ferro de Puladi, distrito de Gongshan. O porta-voz da equipe de salvamentos afirmou que, somente na cidade, 10 caminhões carregados com minério e 21 casas ficaram soterrados. Também foi em Puladi que 11 pessoas morreram no fim de junho, quando trabalhavam na construção de uma usina hidroelétrica.

Próximo ao distrito de Punjab, desabrigados paquistaneses amontoam-se para conseguir comidaNo Paquistão, 90 aldeias do sul, margeadas pelo Rio Indo e seus afluentes, ficaram inundadas ontem, em poucas horas. Segundo a Autoridade Nacional de Gestão de Desastres, milhares de pessoas foram obrigadas a abandonar seus lares, deslocadas para regiões mais elevadas, onde os alagamentos não significam ameaças tão graves. No restante do país, não há previsão de novas tempestades, mas 1,5 mil pessoas já morreram por causa dos alagamentos e cerca de 20 milhões foram atingidas diretamente. Na semana passada, a Organização das Nações Unidas (ONU) fez um apelo mundial para a criação de um fundo de ajuda aos desabrigados e aproximadamente US$ 230 milhões foram doados, o que representa 57% do que o país necessita.

FMI
O Fundo Monetário Internacional poderá entrar em cena, de acordo com um comunicado divulgado ontem pela organização. ;O FMI está com o Paquistão nestes tempos difíceis e dará sua contribuição para ajudar o país;, disse o texto, escrito em Paris. O presidente do FMI, o francês Dominique Strauss-Kahn, enviou uma carta com essa intenção ao presidente paquistanês, Asif Ali Zardari. De acordo com ele, o FMI vai organizar uma reunião em Washington na próxima semana com representantes do governo paquistanês para ;avaliar o impacto macroeconômico das inundações e as medidas que são tomadas para discutir sobre os meios com os quais o FMI pode ajudar o Paquistão;.

Segundo o Fundo, a magnitude da tragédia tem como consequência que o orçamento do país, assim como suas perspectivas macroeconômicas ; apoiadas por um programa financiado pelo FMI ; devam também ser reevaliadas. As inundações ;representarão um desafio econômico considerável para o Paquistão;, afirmou Masood Ahmed, responsável da organização para a região do Oriente Médio e pela Ásia Central.

O Paquistão recebeu, em novembro de 2008, um empréstimo do FMI, destinado a lutar contra os efeitos da crise econômica mundial. Até agora, 95% do dinheiro, o que representa US$ 7,27 bilhões, já foram parar nos cofres do país.

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