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Colônias ameaçam negociação de paz

As negociações diretas de paz entre Israel e a Autoridade Palestina, prevista para 2 de setembro, fracassarão se a colonização israelense não for suspensa, advertiram ontem autoridades políticas israelenses e palestinas. ;Sem um cessar total da colonização israelense e uma verdadeira disposição de se retirar (dos territórios ocupados), será uma perda de tempo para todos;, declarou à rádio pública israelense o deputado Haim Oron, do partido de esquerda opositor Meretz. O chefe dos negociadores palestinos, Saeb Erakat, advertiu, por sua vez, que ;enquanto o governo israelense não tiver parado a colonização e a demolição de residências em Jerusalém oriental, não estaremos em condições de continuar o diálogo;.

A rádio pública israelense informou que os negociadores israelenses insistiriam especialmente no fato de que o futuro Estado palestino seja desmilitarizado, dotado de uma polícia levemente armada e que Israel mantenha uma presença na fronteira entre a Cisjordânia e a Jordânia. Os israelenses exigirão, ainda, uma promessa dos palestinos de não fazer acordos de defesa com países hostis a Israel, acrescentou a rádio.

As conversações de paz diretas entre israelenses e palestinos serão retomadas em 2 de setembro, em Washington, na presença do presidente egípcio e do rei da Jordânia, e podem terminar ;daqui a um ano;, conforme anunciou na sexta-feira a secretária de Estado americana, Hillary Clinton. O Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Reino Unido) também convidou as duas partes a dialogar.