Agência France-Presse
postado em 22/08/2010 10:40
Os Estados Unidos não acreditam que haja um risco de proliferação em função da primeira usina nuclear iraniano construída pela Rússia em Busher (sul) e que iniciou suas operações de carga de combustível do reator no sábado, indicou o departamento de Estado."Reconhecemos que o reator de Busher está desenhado para proporcionar energia nuclear civil e não o vemos como um risco de proliferação", indicou o porta-voz do departamento de Estado, Darby Holladay.
Mas o reator, destinado a fins civis, mostra "que o Irã não recisa de uma capacidade própria de enriquecimento se suas intenções forem puramente pacíficas", destaca a fonte.
"O reator está sob a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) e Rússia tem a seu cargo o fornecimento do combustível e do tratamento do combustível utilizado, que seria a principal fonte das preocupações por uma eventual proliferação".
[SAIBAMAIS]Um funcionário da Casa Branca destacou, no entanto, que a opinião dos Estados Unidos sobre o reator em Busher "não deveria confundir-se com as preocupações fundamentais do mundo sobre as intenções nucleares do Irã, em particular com sua busca de enriquecer urânio".
Teerã iniciou no sábado o processo de implantação de sua primeira usina nuclear, qualificando-a de "símbolo de sua resistência e determinação" ante a oposição das grandes potências contra seu programa nuclear, suspeito de acobertar objetivos militares.
Depois mais de três décadas de interrupções e atrasos, os engenheiros começaram pela manhã as operações de carregamento de 165 barras de combustível no reator da usina de Busher (sul), anunciou a Organização Iraniana de Energia Atômica (OIEA) em um comunicado.
O início das operações de carga do reator, realizadas na presença do vice-presidente Ali Akbar Salehi - chefe do programa nuclear iraniano - e de Serguei Kirienko - chefe da agência nuclear russa Rostom, que dirigiu a construção da usina -, faz com que a usina de Busher passe a ser considerada oficialmente uma instalação nuclear.
O lançamento da central chega em um momento em que a República Islâmica está submetida a seis resoluções do Conselho de Segurança da ONU, quatro delas acompanhadas de sanções, por seu programa nuclear e pela negativa de renunciar ao enriquecimento de urânio lançado em 2005.
A operação de carga de combustível terminará em 5 de setembro. Depois faltarão dois meses para que o reator alcance uma potência de 50% que permitirá conectá-lo com a rede nacional elétrica e entre seis e sete meses para que a usina funcione com potência máxima, ou seja, 1.000 megawatts, segundo o porta-voz da OIEA, Ali Shirzadian.