Agência France-Presse
postado em 22/08/2010 17:40
Reina Luisa Tamayo, mãe do ex-preso político Orlando Zapata, agradeceu este domingo a mediação da Igreja Católica cubana, que pôs fim ao assédio que partidários do governo exerciam contra ela desde a morte de seu filho, há seis meses, após uma greve de fome de 85 dias."Agradeço à voz do mundo (...) e à Igreja cubana, que elevou sua voz para repudiar os assédios a esta mãe", declarou Tamayo, por telefone, à AFP, falando do município de Banes, província de Holguín (760 km a nordeste de Havana).
"Hoje, junto com os irmãos opositores, pudemos marchar até a Igreja de Nossa Senhora da Caridade de Banes e em seguida fomos ao cemitério, colocar flores para Zapata, sem (sofrer) assédios. Deus queira que este seja o fim das hostilidades", exclamou.
Tamayo se queixava de que as autoridades cubanas não lhe permitiam ir à missa e ao cemitério junto com outros dissidentes, apenas com sua família, e que partidários do governo a hostilizavam durante as caminhadas que fazia regularmente em memória do filho, falecido em 23 de fevereiro.
O assédio contra ela foi denunciado por opositores cubanos e organizações como a Anistia Internacional (AI), que pediu na terça-feira que as autoridades da ilha agissem para terminar com a prática.
O cardeal cubano Jaime Ortega, líder de um diálogo inédito com o governo cubano, chefiado pelo presidente Raúl Castro, que levou à libertação de 27 presos políticos, recebeu na sexta-feira quatro Damas de Branco - familiares dos presos -, assegurando-lhes que faria "tudo" o que fosse possível para por um fim às hostilidades.