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Paquistão: inundações ainda ameaçam população no sul

Agência France-Presse
postado em 23/08/2010 10:56
As operações para proteger as cidades e aldeias do vale do rio Indus, no sul do Paquistão, cujos habitantes foram evacuados, continuam nesta segunda-feira (23/8).

Há dois dias, a cidade de Shahdadkot, com 100.000 habitantes, além de várias aldeias do vale do rio Indus, na província meridional de Sind, foram evacuadas pelo exército, enquanto os socorristas abandonaram a zona por seus próprios meios.

Alguns habitantes, no entanto, permaneceram em Shahdadkot. "Lançamos uma última advertência às pessoas de Shahdakot para pedir que partam, pois o risco de que as águas subam aumenta", declarou por telefone à AFP Yasin Shah, alto funcionário do distrito, indicando que 90% da população da cidade e de seus arredores já havia sido evacuada.

[SAIBAMAIS]As águas do Indus, assim como vários de seus afluentes, subiram por causa das chuvas, que ainda caem com força há quase um mês das primeiras inundações. De acordo com uma fonte dos serviços de segurança, "cerca de 100.000 pessoas tiveram que ser evacuadas em cinco ou seis dias no distrito, e as plantações de bananas e cana de açúcar foram devastadas".

No domingo, autoridades da província de Sind explicaram à AFP que a evacuação de Shahdadkot era "uma medida preventiva", já que os diques que protegem a cidade dos afluentes do Indus ameaçavam ceder.

As enchentes provocadas há quase um mês pelas chuvas de monção, de violência sem precedentes, afetaram 20% do território paquistanês.

A catástrofe já matou 1.500 pessoas, a maior parte no noroeste, e atingiu pelo menos 20 milhões de paquistaneses. Seis milhões de paquistaneses perderam suas casas.

No noroeste e nordeste, as zonas mais afetadas quando começaram as inundações, assim como no centro, as águas começaram a baixar, revelando aldeias destruídas e campos de lodo.

Em pleno Ramadã, milhões de paquistaneses sobrevivem em acampamentos administrados pelas autoridades, pela ONU ou por organizaçõs não governamentais. No entanto, a maioria não tem um teto onde dormir ou permanece em abrigos precários, sem alimentos, água potável ou remédios.

"Estimamos em 4,8 milhões o número de pessonas sem casa atualmente", declarou nesta segunda-feira à AFP Maurizio Giuliano, portavoz da Agência de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) em Islamabad.

As autoridades paquistanesas afirmam lidar há vários dias com epidemias de cólera, tifo e hepatite.

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