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Parlamentar do Irã defende participação do Brasil em negociações nucleares

postado em 23/08/2010 13:00
Brasília ; O chefe da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento do Irã, Alaeddin Boroujerdi, defendeu nesta segunda-feira (23/8) que o Brasil e a Turquia participem da retomada das negociações sobre o programa nuclear iraniano com o Grupo de Viena ; Estados Unidos, França e Rússia, além da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). A previsão é que as reuniões ocorram entre o final deste mês e o começo de setembro.

As informações são da rede estatal de televisão do Irã, PressTV. Boroujerdi afirmou que a Turquia e o Brasil devem estar presentes nas negociações porque mediaram o acordo que definiu a questão da troca de urânio iraniano, em maio deste ano. Segundo o parlamentar, o acordo denominado Declaração de Teerã será a base das conversas com o Grupo de Viena.

[SAIBAMAIS]"A Declaração de Teerã será a base para a troca do combustível e das negociações com o Grupo de Viena [os Estados Unidos, a França, a Rússia] e a Aiea", disse Boroujerdi. ;É natural que a Turquia e o Brasil estejam presentes nas negociações relativas à Declaração de Teerã;, acrescentou.

Em 17 de maio, os governos da Turquia e do Brasil mediaram o acordo relativo à troca de urânio levemente enriquecido a 3,5% do Irã com a Turquia. Pelo texto, no prazo de até um ano, a Turquia se responsabiliza a enviar para o Irã o urânio enriquecido a 20%. Porém, o Grupo de Viena levantou uma série de dúvidas sobre a declaração. O governo do Irã informa tê-las respondido em 29 de julho.

Em entrevista à Agência Brasil, no último dia 11, o embaixador do Irã no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, disse que a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva cooperou para reforçar o papel relevante que os países em desenvolvimento desempenham no cenário internacional. Por esta razão, o Irã defende a participação brasileira na retomada das negociações.

;A presença do Brasil trouxe uma esperança e um suporte para os países em desenvolvimento;, disse. ;A base das negociações é a Declaração de Teerã [nome oficial do acordo que determina a troca de urânio pouco enriquecido pelo material enriquecido a 20%]. A Declaração de Teerã deverá ser lembrada na história mundial.;

A retomada das negociações com o Irã pelo Grupo de Viena ocorre no momento em que o país é alvo de um série de sanções impostas pela maior parte da comunidade internacional. A adoção das sanções foi definida três semanas e meia depois de negociado o acordo para a troca de urânio. Inicialmente, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fixou as restrições, depois vieram os Estados Unidos, a União Europeia e o Canadá. As medidas restringem eventuais acordos e negócios principalmente nas áreas militar e comercial.

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