Agência France-Presse
postado em 24/08/2010 10:44
A organização não-governamental Oxfam alertou nesta terça-feira para o duplo desastre natural que atinge milhões de pessoas no Níger, onde as inundações e as fortes chuvas arruinaram os cultivos, agravando a crise alimentar que o país vive devido à seca.A menos de dois meses da colheita, as inundações fizeram milhares de pessoas ficar sem lar, destruíram cultivos e deixaram milhares de pessoas em uma situação crítica, afirmou a ONG com sede em Londres.
"Muitos cultivos e verduras que teriam proporcionado alimentos cruciais para famílias famintas foram destruídos pelas inundações. As pessoas que rezavam para pedir chuvas que fariam crescer seusc ultivos agora perderam tudo", assinalou Rafael Sindayé, subdiretor da Oxfam na África Ocidental.
Segundo a ONU, as recentes inundações no Níger afetaram 110.000 pessoas, maioria das quais figuram entre os mais de sete milhões de nigerinos ameaçados pela fome, ou seja, mais da metade da população desse país do Sahel.
"É um duplo desastre. Antes das chuvas, as pessoas careciam de alimentos, agora a água levou toda as pequenas reservas de grão que tinham. Não restou nada", declarou a máxima autoridad de uma das localidades afetadas, Ibrahim Mahaman, citado no comunicado de Oxfam.
Além disso, as inundações aumentam o risco de aparição de doenças como a malária, especialmente entre as crianças pela má nutrição, e dificultam a chegada de ajuda humanitária.
O subdiretor regional da Oxfam indicou que sua organizacão está esticando seus recursos ao limite para ajudar os atingidos por uma das piores crises que já atingiu a região.
"O Níger necessita urgentemente de mais dinheiro para financiar não apenas a crise alimentar, como também para ajudar os afetados por esta segunda emergência", acrescentou Sindayé.
A ONU anunciou na semana passada uma nova ajuda ao Níger de 15 milhões de dólares, que elevam para 35 milhões de dólares o total destinado por este organismo ao país no correr deste ano.
Além do Níger, as inundações também afetaram outros países da região, como Chade ou o norte de Mali, onde também há milhares de atingidos pela crise alimentar.