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Cuba permite viagem aos EUA de filho de líder da revolução

Agência France-Presse
postado em 24/08/2010 21:30
As autoridades cubanas autorizaram a viagem aos Estados Unidos de Juan Almeida García, filho do histórico comandante da Revolução Juan Almeida Bosque, confirmou nesta terça-feira (24/8) a Igreja Católica, que mediou o caso.

"Há alguns dias, uma filha de Almeida pediu ao cardeal (que) se interessou no caso e na tarde de segunda-feira, as autoridades responderam que concederiam a permissão de saída, o que foi informado a Almeida à noite", disse à AFP o porta-voz do arcebispo de Havana, Orlando Márquez.

Almeida, um advogado de 43 anos, pediu nesta terça-feira permissão às autoridades migratórias para viajar, e foi informado que o passaporte será habilitado amanhã, revelaram fontes ligadas à Igreja.

Ele é um dos sete filhos do "comandante" Juan Almeida Bosque, falecido em 12 de setembro de 2009.

Juan Almeida García, cuja mulher vive em Miami, sofre de uma doença degenerativa - espondilite reumatoide - e recebeu tratamento especializado na Europa há alguns anos, segundo contou o advogado.

As viagens médicas foram suspensas e a possibilidade de sair do país foi negada, o que provocou há dois anos tentativas de saída ilegal e protestos públicos, razão pela qual foi detido em várias ocasiões.

A mediação se soma a outras realizadas pelo cardeal para a libertação de 52 presos políticos, 26 dos quais já foram para a Espanha e outros seis o farão nos próximos dias.

Também solicitou o fim das hostilidades e atos de repúdio contra as Damas de Branco - esposas dos presos políticos condenados em 2003 - e contra Reina Luisa Tamayo, mãe do preso político Orlando Zapata, cuja morte, após 85 dias de greve de fome, teve um forte impacto internacional.

O cardeal também mediou a saída para os Estados Unidos do preso paraplégico Ariel Sigler, que se trata naquele país.

O trabalho de mediação da Igreja contou com apoio do Vaticano, Espanha e o resto da União Europeia, mas dividiu a dissidência interna entre os que a apóiam e os que enviaram uma carta ao papa Bento XVI fazendo fortes críticas aos bispos.

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