Agência France-Presse
postado em 27/08/2010 09:30
As autoridades paquistanesas evacuam nesta sexta-feira (27/8) a cidade de Tatta, de 300.000 habitantes, ameaçada pela cheia do rio Indo, no sul do país.O Paquistão sofre há um mês com constantes inundações, que já deixaram pelo menos cinco milhões de desabrigados e provocaram uma crise humanitária sem precedentes no país. Ao todo, 17 milhões de pessoas foram afetadas, e um quinto do país ficou debaixo d;água.
O nível da água diminui no norte e no centro do Paquistão, áreas mais afetadas no começo da catástrofe. No entanto, as persistentes chuvas da temporada de monções fizeram o rio Indo subir a níveis críticos perto de sua foz, o que forçou milhões de habitantes a deixar suas casas e cidades e fugir para a província meridional de Sind.
"Na quinta-feira à noite, ordenamos aos habitantes de Tatta que partam para áreas mais seguras, porque a água abriu uma brecha em Paqir Jogoth (principal dique que protege a cidade)", explicou à AFP Manzur Sheikh, chefe da administração local.
Na manhã desta sexta-feira, a água fluía com força pela brecha, de cerca de 20 metros, inundando os campos de algodão e cana-de-açúcar e avançando em direção a Tatta.
Milhares de pessoas já abandonaram a cidade em direção ao oeste e à cidade de Makli, a 5 km de Tatta, onde um campo de refugiados foi improvisado no alto de uma colina.
Segundo Manzur Sheikh, pelo menos 70% da população já deixou a cidade, e o exército está tentando reparar o dique de Faqir Jogoth. "Se não conseguirem, Tatta será inundada", alertou.
De acordo com as Nações Unidas, oito milhões de paquistaneses necessitam de ajuda urgentemente.