postado em 27/08/2010 16:57
O agente de Promotoria Roberto Javier Suárez Vázquez, do Ministério Público do México, encarregado de investigar a chacina dos 72 imigrantes no Norte do país está desaparecido. As informações são da BBC Brasil. De acordo com dados não oficiais, Vázquez teria sido morto pelos mesmos responsáveis pelo massacre dos imigrantes no último fim de semana, em San Fernando, no estado de Tamaulipas, na fronteira nordeste do país com os Estados Unidos.O cônsul-geral do Brasil no México, Márcio Lage, confirmou o desaparecimento do agente. Alegando questões de segurança, o governo mexicano proibiu que os diplomatas do Brasil, de El Salvador, do Equador e de Honduras acompanhassem o trabalho de investigação e identificação das vítimas em San Fernando.
Os diplomatas estão na cidade de Reynosa, onde recebem informações sobre o andamento das investigações. "As autoridades têm muita dificuldade de controlar esta região, que é semidesabitada, onde há essa constante luta entre grupos de narcotraficantes", afirmou Lage.
De acordo com a BBC Brasil, houve uma explosão, aparentemente de um carro-bomba, sem deixar vítimas na capital de Tamaulipas, Ciudad Victoria, perto da sede do canal de TV Televisa.
O desaparecimento do agente de Promotoria ocorre em meio ao processo de identificação das 72 vítimas da chacina. Até a manhã desta sexta-feira (27/8), legistas haviam feito a autópsia em 41 corpos, mas a maioria não pôde ser identificada. O cônsul-geral confirmou que entre os corpos reconhecidos está o de um homem brasileiro. Mas há informações de que mais três brasileiros estariam entre as vítimas.
A dificuldade na identificação decorre da ausência de documentos dos imigrantes. Imagens do local da chacina, uma fazenda a 150km da fronteira com os Estados Unidos, mostram que as vítimas tiveram olhos vendados, bocas amordaçadas e mãos atadas. Os imigrantes foram perfilados contra a parede de um galpão e mortos a tiros.
A previsão é que ainda hoje os corpos sejam levados para o Instituto Médico Legal da cidade de Reynosa, devido à precariedade das condições em que o trabalho de autópsia vinha sendo feito na fazenda onde ocorreu o massacre.