Agência France-Presse
postado em 28/08/2010 11:51
Thatta - Centenas de milhares de pessoas fugiam neste sábado da subida das águas do rio Indo no sul do Paquistão, que rompeu novos diques, inundando cidades e aldeias; um milhão de pessoas foram deslocadas, em dois dias.
Desde 3 de agosto, "sete milhões de pessoas foram afetadas apenas na província e Sind", declarou à AFP Ghulam Ali Pasha, responsável pelas operações de socorro no local.
Thatta, uma cidade de 300.000 habitantes não longe da embocadura do rio Indo, foi quase que totalmente esvaziada por seus moradores, desde sexta-feira, constataram jornalistas da AFP, após o rio, em fúria, abrir brecha de 20 metros no dique principal.
"Lutamos por salvar Thatta e outras cidades em volta", explicou Pasha, destacando que "mais de 2,3 milhões de pessoas ficaram sem suas casas" nesta região.
As águas começaram a baixar no norte e no centro do país, mas as chuvas torrenciais de monção que persistem encheram o Indo que registra níveis críticos perto da sua foz.
Há uma semana, milhares de aldeias e lugarejos foram esvaziados por seus moradores no vale do Indo, uma região fértil e muito povoada.
"O rio cresceu até 40 vezes em relação ao normal e a enchente chega ao auge no distrito de Thatta", informou o Birô de coordenação da ONU para Assuntos Humanitários (Ocha), precisando "que em termos de superfície atingida, a província de Sind é, até agora, a mais afetada do país".
Cerca de 8 milhões de pessoas, em todo o país, têm necessidade de ajuda urgente, segundo a ONU. Mas o novo êxodo do Sind vai, sem dúvida, fazer inchar essas cifras.
O número de 1.600 mortos deverá, também, aumentar consideravelmente, durante descobertas macabras, quando a água baixar, preveniram as autoridades.