postado em 30/08/2010 10:02
Brasília - Uma semana depois da revelação da chacina em que 72 imigrantes foram assassinados no estado de Tamaulipas, no México, o prefeito de uma cidade da região foi morto a tiros neste domingo (29/8). O prefeito da cidade de Hidalgo, Marco Antonio Leal Garcia, de 46 anos, sofreu o ataque junto com sua filha, de 4 anos, que ficou ferida. Há duas semanas, o prefeito de outra cidade próxima da região havia sido morto por atiradores.As informações são da agência BBC Brasil. Na última sexta-feira (27/8), o Exército do México informou ter capturado Francisco Zapata Gallegos, conhecido como Careca, supostamente ligado a um dos cartéis da cidade de Monterrey. Careca confessou o envolvimento no assassinato de dois estudantes universitários.
Para a polícia, Careca pertence ao cartel Los Zetas ; grupo ao qual as autoridades atribuem a onda de violência atual que se intensificou na sexta-feira. Desde o dia 29, uma série de ataques com bombas atingiu Tamaulipas. Em um intervalo de 24 horas, houve quatro explosões na região deixando 17 feridos. Segundo os policiais, os criminosos tentam prejudicar investigações.
As explosões pareciam ter como alvo órgãos ligados a investigação das mortes dos 72 imigrantes. Segundo os investigadores, os criminosos buscam intimidar a polícia ao promover novos crimes. Três bombas caseiras explodiram no sábado na cidade de Reynosa, onde fica a fazenda na qual os 72 corpos foram encontrados.
Uma das bombas explodiu perto de uma igreja onde ocorria uma missa em homenagem às vítimas. Mais duas bombas foram detonadas perto do necrotério onde especialistas tentam identificar os imigrantes. A explosão feriu um policial e um civil, além de ter destruído uma guarita em frente ao prédio.
No dia 29, duas bombas explodiram na capital do estado de Tamaulipas, Ciudad Victoria, tendo como alvo a sede de um canal de televisão e os escritórios da autoridade responsável pelos transportes. Ninguém ficou ferido.
A polícia afirma que os atentados têm todas as marcas registradas de ataques executados pelo grupo de narcotraficantes Los Zetas, um dos cartéis mais violentos do México e apontado como o responsável pelas mortes dos imigrantes.