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Em vídeo, sauditas pedem a Obama que perdoe compatriota preso

Agência France-Presse
postado em 31/08/2010 11:46
Um grupo de sauditas lançou um apelo em vídeo ao presidente americano, Barack Obama, pela libertação de um compatriota, condenado a 28 anos de prisão no Colorado por estuprar uma empregada doméstica indonésia.

O vídeo de cinco minutos, falado em árabe com legendas em inglês, foi divulgado na segunda-feira no Youtube.

Personalidades conservadoras e liberais sauditas aparecem na fita pedindo a Obama que perdoe Humaidan al-Turki, julgado e condenado em 2006 por ter prendido e abusado sexualmente de sua faxineira quando estudava para o doutorado.

O grupo cita vários homens condenados por crimes ainda mais sérios, como contrabando de armas e drogas, que receberam indultos de presidentes americanos. "Nós, o povo saudita, pedimos a Obama que estude a questão de Humaidan al-Turki com os mesmos olhos" de presidentes que perdoaram condenados, declaram no vídeo.

A Suprema Corte americana rejeitou em abril a apelação apresentada por al-Turki.

O caso e a dura sentença irritaram muitos sauditas, que defendem o argumento do réu de que ele fora vítima da atmosfera anti-muçulmana provocada nos Estados Unidos pelos atentados de 11 de setembro de 2001.

Tanto a corte do Colorado quanto a Suprema Corte, no entanto, rejeitaram os apelos da defesa para todas as 15 acusações contra al-Turki, que incluem manter a funcionária em regime de trabalho escravo, sem pagá-la, e violentando-a.

Asim al-Ghamdi, um dos idealizadores do vídeo, explicou que o grupo está tentando construir uma campanha saudita e pan-árabe antes de abordar as autoridades americanas diretamente sobre o caso.

"Todo o povo saudita conhece (Humaidan al-Turki) muito bem", destacou al-Ghamdi. "Ele é uma pessoa muito correta".

"Não discutiremos se ele fez isso ou não (...). E mesmo que ele tenha feito todas estas coisas, 28 anos é demais", reclamou.

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