postado em 02/09/2010 10:04
Brasília ; O massacre de 72 imigrantes há cerca de uma semana no México ganhou novo elemento. A Secretaria Nacional de Relações Exteriores do país (SRE) confirmou que há mais um sobrevivente da chacina - um homem hondurenho que é mantido sob segurança pela Procuradoria-Geral da República do México.A revelação da existência de mais um sobrevivente gerou mal-estar político entre os governos do Equador e de Honduras. As informações são das presidências do Equador e de Honduras, além da BBC Brasil.
Antes da descoberta de mais um sobrevivente, as autoridades mexicanas informaram haver apenas uma testemunha do caso - o equatoriano Freddy Lala, que sobreviveu ao crime. As informações de Lala levaram os policiais à descoberta dos corpos.
O governo mexicano atribuiu o crime a cartéis de tráfico de drogas e pessoas que atuam na fronteira do México com os Estados Unidos. Apenas 31 corpos foram identificados. Há confirmação da existência de brasileiros, hondurenhos, salvadorenhos e guatemaltecos entre as vítimas.
O primeiro a revelar a existência de mais um sobrevivente foi o presidente do Equador, Rafael Correa, que provocou críticas do presidente de Honduras, Porfirio Pepe Lobo. Ontem (1;), no fim do dia, Correa e Lobo trocaram acusações. Em comunicado divulgado pela Presidência do Equador, Correa disse ;rechaçar; as críticas de Lobo e considerá-las inadequadas.
Porém, em nota publicada no site da Chancelaria do México, as autoridades informam que o segundo sobrevivente é mantido ;sob proteção e resguardo;. De acordo com as informações do órgão, esta segunda testemunha de origem hondurenha presta ;ajuda relevante; ao governo do México.
[SAIBAMAIS]O chanceler de Honduras, Mario Canahuati, disse temer pela segurança da testemunha hondurenha, que também estava no grupo dos 72 imigrantes mortos no estado de Tamaulipas, no Nordeste do México. Para o ministro, as declarações de Correa que revelaram a existência do segundo sobrevivente são "irresponsáveis" .
Até ontem (1;), o Consulado do Brasil no México aguardava a liberação do corpo do imigrante Juliard Aires Fernandes, de 20 anos, natural de Minas Gerais, para iniciar a repatriação. A expectativa é de que hoje (2) as autoridades mexicanas autorizem o traslado do corpo. Outro brasileiro pode ter sido morto na chacina. O passaporte de Hermínio Cardoso dos Santos, de 24 anos, foi encontrado no local, embora seu corpo ainda não tenha sido identificado.