Agência France-Presse
postado em 02/09/2010 20:42
Caracas - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, negou nesta quinta-feira (2/9) estar violando a lei frente às legislativas de 26 de setembro, como denunciou uma autoridade eleitoral, a quem o chefe de Estado chamou de "opositor"."Um reitor do Conselho Nacional Eleitoral (...) saiu dizendo que eu violei as leis. Estamos em rede nacional e eu aqui não fiz propaganda de nenhum tipo. Sou um fiel seguidor da lei", disse Chávez, em ato transmitido por rádio e televisão.
[SAIBAMAIS]"Mas, ao terminar este ato, quem pode me negar que suba em um carro e dê umas voltas por (a cidade de) Maracaibo (oeste)?", acrescentou, fazendo alusão às caravanas que organiza com os candidatos a deputados.
Vicente Díaz, um dos cinco reitores do CNE, denunciou mais cedo a "ingerência" de Chávez na campanha legislativa e assegurou que ele faz "uma clara promoção de candidaturas" e "denigre" os opositores.
"É claro na norma eleitoral que, enquanto chefe de Estado ou como governador ou prefeito não se pode promover candidaturas e aqui há uma clara promoção de candidaturas", declarou Díaz.
O reitor exibiu vídeos nos quais o presidente aparecia em redes de rádio e televisão afirmando que "vai demolir" os candidatos opositores, e disse que apresentaria esses antecedentes aos outros reitores do CNE.
O presidente acusou Díaz de ser contrário ao governo e de "estar cumprindo ordens da oposição".
Os venezuelanos renovarão os deputados da Assembleia Nacional (unicameral) em eleições que a situação considera cruciais para manter a maioria e dar continuidade ao projeto político.
Nas últimas legislativas, em 2005, a oposição se absteve de disputar as eleições, alegando falta de garantias, em uma tentativa fracassada de boicotar o pleito, garantindo à situação a maioria absoluta do Parlamento.