Havana - O líder cubano Fidel Castro realizou nesta sexta-feira (3/9) o primeiro ato diante de multidão, nas escadarias da Universidade de Havana, desde que deixou o poder há quatro anos.
Fidel, 84 anos, fez um pronunciamento para advertir os cubanos do perigo de uma guerra nuclear, se os Estados Unidos e Israel atacarem o Irã.
"Coube a Cuba a dura tarefa de advertir a humanidade a respeito do perigo real que está se apresentando. Nesta atividade não devemos desmaiar (...) diante dos céticos, nosso inconfundível dever é continuar liderando a batalha", declarou o ex-ditador.
O último discurso de Fidel - que se celebrizou por falar durante horas a fio para as massas - havia ocorrido em 26 de julho de 2006. Logo depois, foi operado de urgência, com uma hemorragia intestinal, e cinco dias depois precisou se afastar do poder, delegando as funções ao irmão Raúl Castro.
Na simbólica escadaria onde há mais de meio século pronunciou os primeiros discursos revolucionários e à qual, segundo ele, jamais imaginou voltar, Fidel fez, de pé, um discurso de 45 minutos.
"Esta escadaria guarda lembranças indeléveis dos anos em que comecei a ter consciência de nossa época e de nosso dever (...). Nessa idade, descobri meu verdadeiro destino", disse Fidel, que 65 anos atrás ingressou na faculdade para cursar Direito.
O líder cubano voltou a aparecer em público em julho passado, depois de se recuperar de uma severa crise de saúde, que o deixou à beira da morte.
"Ao longo de mais de três meses de incessante batalha, esforcei-me modestamente por divulgar ante um mundo inadvertido os terríveis perigos que ameaçam a vida humana em nosso planeta", afirmou perante a multidão.
Não é a primeira vez que Fidel aborda a tese de uma iminente guerra nuclear no Oriente Médio, mas foi a primeira vez que compartilhou a hipótese com a população em um discurso.
Fidel foi ao ato público, que durou cerca de uma hora, acompanhado da mulher, Dalia Soto del Valle. Raúl Castro não compareceu.
Em entrevista publicada nesta semana no jornal mexicano La Jornada, Fidel Castro afirmou que chegou a estar morto, mas que ressuscitou em "um mundo de loucos". Além disso, disse ter ainda muito a fazer, num momento em que o planeta vive "a fase mais interessante e perigosa de sua existência".
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