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Para cônsul-geral no México, PF pode ajudar na identificação de corpos

postado em 03/09/2010 18:43
Brasília ; A participação da Polícia Federal brasileira pode dar mais segurança ao processo de identificação das vítimas da chacina do dia 21 de agosto. Segundo as autoridades mexicanas, pelo menos 46 corpos, das 72 vítimas do massacre, devem passar por uma nova etapa de exames periciais. O cônsul-geral do Brasil no México, Márcio Araújo Lage, disse à Agência Brasil que o objetivo é assegurar a confiabilidade nas identificações. A ajuda brasileira foi aceita pelas autoridades mexicanas.

;As autoridades mexicanas querem garantir que todas as informações estão corretas e correspondem às vítimas. Por isso serão feitas confrontações de dados e, se necessário, alguns dos exames (periciais) vão ser refeitos;, afirmou Lage. ;É um processo longo, demorado e minucioso. Não pode haver erro;.

Lage disse que não há uma estimativa para a conclusão dos trabalhos de perícia nem de quando o corpo do único brasileiro identificado até o momento, de Juliard Aires Fernandes, 20 anos, será trasladado para o Brasil. O cônsul afirmou ainda que, apesar de vários documentos (carteira de identidade, passaporte e título de eleitor ) de outro brasileiro, Hermínio Cardoso dos Santos, 24 anos, terem sido localizados no local da chacina, ainda não há identificação formal do corpo.

Nessa quinta-feira (2/9), as autoridades mexicanas convocaram uma reunião com diplomatas estrangeiros. Lage e o embaixador do Brasil no México, Sérgio Florêncio, participaram da conversa. Na reunião, os representantes do governo Calderón ressaltaram a preocupação de evitar erros no processo de identificação dos corpos. Segundo Lage, os exames incluem identificação de DNA e análise óssea e de arcada dentária.

O equatoriano Luis Freddy Lala Pomavilla, identificado inicialmente pelas autoridades como o único sobrevivente da chacina, disse que o grupo de imigrantes era formado por 76 pessoas. O que significa que quatro vítimas teriam sobrevivido. O governo do México confirma apenas mais uma testemunha viva: um homem hondurenho, cuja identidade está sendo preservada por motivos de segurança.

Lala disse que todos os imigrantes foram levados durante a noite em vários carros a um local que ele não soube identificar, sob a guarda de oito homens armados. Em seguida foram transportados para a fazenda onde ocorreu a chacina. Antes do assassinato coletivo, todos foram amarrados em grupos de quatro pessoas. As vítimas tiveram bocas amordaçadas, mãos e pés atados, e ficaram de costas para uma parede.

O massacre ocorreu há quase duas semanas na região de Reyonosa, no estado de Tamaulipas, fronteira do México com os Estados Unidos. O crime é atribuído a cartéis de tráfico de pessoas e de drogas. A principal suspeita, segundo autoridades mexicanas, recai sobre o grupo Los Zetas, uma das mais violentas quadrilhas mexicanas.

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