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Duas semanas depois do massacre no México ainda falta identificar corpos e localizar suspeitos

postado em 04/09/2010 20:23

Brasília ; Duas semanas depois do massacre dos 72 imigrantes, na fronteira do México com os Estados Unidos, não há a identificação de todos os corpos nem foram localizados os suspeitos. O Brasil vai colaborar nas perícias, enquanto os representantes dos países da América Central ; Guatemala, El Salvador, Costa Rica, Panamá, Belize e Honduras ; exigem resultados das investigações.

Em um comunicado conjunto, os governos centro-americanos apelaram para que as autoridades mexicanas tomem medidas urgentes para evitar o agravamento da situação no país e impeça que crimes semelhantes se repitam. Os corpos dos imigrantes foram encontrados no último dia 24. Mas as autoridades afirmam que as mortes ocorreram no dia 21 de agosto.

O equatoriano Luis Freddy Lala, que sobreviveu à chacina, contou que um grupo com 76 pessoas foi transportado até uma fazenda próxima às cidades de Reynosa e San Fernando, no estado de Tamaulipas, na fronteira entre o México e os Estados Unidos. No local, os traficantes exigiram que as mulheres e homens trabalhassem para eles. Como o grupo recusou-se, foram assassinados.

Eles foram amordaçados, tiveram mãos e pés amarrados e foram colocados de costas para a parede. Em seguida, foram fuzilados. Lala sobreviveu porque fingiu-se de morto. Segundo Lala, mais três pessoas também escaparam à chacina. Mas o governo do México confirma apenas mais um sobrevivente ; um homem hondurenho ; e nega que o número de vítimas seja 76 e não 72.

Entre os corpos indentificados, um é do brasileiro Juliard Aires Fernandes, de 20 anos. Suspeita-se que outro brasileiro Hermínio Cardoso dos Santos, de 24 anos, também esteja entre os mortos, porque vários documentos dele foram encontrados no local do crime. Havia ainda hondurenhos, salvadorenhos e guatemaltecos. As dificuldades na identificação se deve, segundo as autoridades, ao avançado estado de decomposição dos corpos.

Na última semana, todos os corpos, exceto 16 enviados para Honduras, foram transportados para a Cidade do México, onde serão submetidos a uma série de exames, como de DNA, arcada dentária e ósseo.

As autoridades mexicanas atribuem o crime às disputas de poder entre os vários cartéis de narcotráfico e tráfico de pessoas que atuam no país. Para integrantes da Procuradoria Geral da República (PGR), que é responsável pelas investigações, a chacina foi provocada por pessoas ligadas ao cartel Los Zetas.

Desde o crime, uma onda de violência tomou conta do México. Houve vários conflitos entre policiais e criminosos e até um carro-bomba explodiu em uma das áreas mais movimentadas da região de Tamaulipas, a mesma onde ocorreu o massacre.

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