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Comandante de ofensiva em Gaza é o novo chefe das Forças Armadas de Israel

Agência France-Presse
postado em 05/09/2010 12:34
JERUSALÉN - O general Yoav Galant, de 51 anos, que comandou no fim de 2008 e início de 2009 a ofensiva em Gaza na qual morreram 1.400 palestinos, foi nomeado neste domingo (5/9) chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel pelo governo de Benjamin Netanyahu.

Galant assumirá o posto no dia 14 de fevereiro de 2011, em substituição a Gabi Ashkenazi.

"O governo aprovou a nomeação como chefe do Estado-Maior por um período de três anos, com possibilidade de prorrogação por até quatro anos no caso de circunstâncias excepcionais", destaca um comunicado do gabinete do primeiro-ministro.

Galant foi o comandante da devastadora ofensiva contra a Faixa de Gaza, um território sob controle do grupo radical palestino Hamas.

A campanha militar provocou a morte de 1.400 palestinos, incluindo centenas de civis, e de 13 israelenses.

Israel foi acusado de "crimes de guerra" pela ONU.

A associação israelense de defesa dos direitos humanos B;Tselem pediu uma investigação independente sobre a atuação de Galant na ofensiva de Gaza para poder determinar sua "capacidade para dirigir as Forças Armadas preservando o necessário código de ética profissional".

O general Galant ocupou em 2005 o posto de comandante-em-chefe da região militar Sul (que envolve a Faixa de Gaza, a fronteira com o Egito e o deserto do Neguev) e no mesmo ano supervisionou a retirada unilateral israelense da Faixa de Gaza.

"Galant, que demonstrou ser um comandante corajoso em 33 anos de carreira militar, continua a tradição de compromisso e excelência do antecessor", declarou Netanyahu.

O ministro da Defesa Ehud Barak escolheu recentemente Galant para comandar o exército, em meio a uma polêmica provocada pela divulgação de um documento falso que pretendia desacreditar o militar.

O documento falso, que supostamente havia sido solicitado por Galant, continha uma série de conselhos para aumentar seu prestígio e desequilibrar os rivais, os generais Beni Gantz e Gadi Eizenkot.

A controvérsia, que abalou a imagem das Forças Armadas, teve como pano de fundo a "guerra dos generais" pela sucessão de Ashkenazi, com quem Barak tinha péssimas relações.

Nascido em 8 de novembro de 1958 em Jaffa, perto de Tel Aviv, Galant é um dos poucos altos oficiais que trocou a marinha pelo exército e é considerado da "linha dura" do Estado-Maior.

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