Agência France-Presse
postado em 05/09/2010 17:49
BAGDAD - Soldados americanos ajudaram neste domingo as forças iraquianas a defender um complexo militar iraquiano atacado por insurgentes em Bagdá. O combate deixou 12 mortos, cinco dias após o final da missão militar americana.Esses militares utilizaram suas armas para dar cobertura aos soldados iraquianos que perseguiam os insurgentes que tentavam se refugiar em um prédio próximo ao complexo, em um ato de "legítima defesa", segundo um porta-voz do Exército americano.
[SAIBAMAIS]Doze pessoas morreram e 36 ficaram feridas no ataque, realizado no bairro de Bab al-Muazam, no centro da capital, contra um complexo que já tinha sido visado no mês passado, indicou em um comunicado o Comando de Operações de Bagdá.
O ataque ocorreu contra uma entrada secundária do antigo Ministério da Defesa, onde ficava a sede do Comando de Operações de Bagdá e o quartel-general da XI Divisão do Exército iraquiano.
Os relatos sobre o ataque divergiam, mas o Comando das Operações de Bagdá indicou que ele tinha sido efetuado por volta das 10h50 (04h50 de Brasília) por cinco terroristas suicidas que tinham chegado em um micro-ônibus perto da entrada dos fundos do complexo.
"Um deles desceu do micro-ônibus. As forças de segurança abriram fogo e ele detonou os explosivos que transportava", afirma um comunicado oficial. "Dois fugiram para um edifício próximo e o micro-ônibus explodiu com os outros dois terroristas dentro", destaca o texto.
As forças de segurança, segundo o comunicado, cercaram o prédio e um tiroteio teve início. Os dois homens-bomba detonaram então seus cinturões de explosivos.
Um porta-voz do Exército americano, o tenente-coronel Eric Bloom, indicou que uma equipe de conselheiros americanos estava no complexo e que os soldados americanos faziam sua segurança e tinham "dado cobertura ao Exército iraquiano", perseguindo os dois terroristas.
"Durou alguns minutos e terminou muito rápido", acrescentou, indicando que a intervenção ocorreu conforme o acordo de segurança concluído entre Bagdá e Washington, que autoriza o Exército americano a fazer uso da força em caso de legítima defesa ou a pedido das forças iraquianas.
Nenhum militar americano ficou ferido, informou o porta-voz, indicando que o Exército também tinha fornecido apoio aéreo para acompanhar e ajudar as equipes americanas.
A Cidade Médica, o maior complexo hospitalar de Bagdá, recebeu vários feridos a tiros e indicou que muitos civis tinham sido feridos no desabamento de construções próximas ao local da explosão.
O mesmo local foi cenário, em 17 de agosto, do ataque mais violento do ano no Iraque, com um balanço de 59 mortos, apenas duas semanas antes da conclusão da missão de combate das forças americanas no país e em pleno Ramadã, o mês sagrado do jejum muçulmano.
As tropas americanas foram reduzidas a menos de 50.000 oficiais no fim de agosto por ordem do presidente Barack Obama, como parte de uma "retirada responsável", sete anos depois da invasão que derrubou Saddam Hussein.
O vice-presidente americano, Joe Biden, lançou oficialmente na quarta-feira passada a nova operação do Exército americano, ligada principalmente à formação das forças iraquianas de segurança.