Agência France-Presse
postado em 05/09/2010 17:53
HAVANA - O governo cubano liberou três opositores que protestaram há 20 dias nas escadarias da Universidade de Havana e outros cinco detidos em Guantánamo (leste), informaram neste domingo alguns dissidentes liberados e fontes da oposição."Eles nos soltaram à meia-noite de sábado e nos disseram" que estávamos "em liberdade imediata", disse à imprensa o opositor Eduardo Pérez, que junto com Luis Labrador e Michel Rodríguez participou da marcha dominical pela Quinta Avenida de Havana das Damas de Branco, grupo formado por parentes de presos políticos.
Pérez, Labrador e Rodríguez, membros do clandestino Partido Cuba Independente e Democrática, foram detidos no dia 16 de agosto depois de terem protestado nas escadarias da Universidade de Havana. Outros dois detidos, Sarha Marta Fonseca e Yornadi Martínez, foram liberados pouco depois.
Rodríguez explicou que, no seu caso, as autoridades disseram a ele que "seria processado por desordem pública", mas os outros afirmam que não foram feitas acusações.
Laura Pollán, líder das Damas de Branco, anunciou que também foram liberados os opositores Ernesto e Rolando Rodríguez Lobaina, Francisco Manzanet, Roberto González e Enyor Díaz, detidos em 12 de agosto depois de terem realizado uma reunião política em uma casa em Guantánamo.
"Isto nos deixa felizes porque estamos vendo que há resultados, que nossas marchas, nossas solicitações (...) tornaram possível esta mudança", acrescentou Pollán.
Ativistas da dissidência interna cubana, que o governo classifica de "mercenários" a serviço dos Estados Unidos, haviam denunciado a longa detenção dos opositores sem que a Procuradoria apresentasse uma acusação.
As libertações ocorrem em meio a um processo de libertação gradual de 52 opositores -28 dos quais já viajaram para a Espanha-, que ainda estavam na prisão de um grupo de 75 dissidentes condenados em 2003.
Essas libertações são resultado de um diálogo entre a Igreja e o governo, com o apoio da Espanha.