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Confira cronologia da campanha separatista do ETA no País Basco

postado em 06/09/2010 06:00

Há quatro décadas, o ETA faz um forte campanha para a separação do estado Basco, o que já custou mais de 800 vidas.

1937:
O general franco ocupa o País Basco. Até então a população tinha um certo grau de autonomia que foi prontamente reprimido. O regime Franco reprime sem piedade qualquer aspiração de independência.

1959:

O ETA é fundado com o objetivo de lutar pela independência. O nome completo da organização é Euzkadi Ta Askatasuna que quer dizer pátria e liberdade.

1961:
A campanha de violência do ETA começa com uma tentativa de descarrilar um trem que transportava políticos

1968:
O ETA faz sua primeira vítima, Meliton Manzanas, o chefe da polícia investigativa de San Sebastian.

1973:
Os bascos nacionalistas assassinam o primeiro-ministro Admiral Luis Carrero Blanco em Madrid como retaliação pela execução de militantes.

1978:
O partido político do ETA, Herri Batasuna, é fundado.

1980:
118 pessoas são mortas por ataques da ETA em seu ano mais sangrento.

1987:

Vinte e uma pessoas são mortas em um ataque ao supermercado. ETA se desculpa pelo "erro".

1995:

O grupo tenta assassinar o líder do partido de oposição, e mais tarde primeiro-ministro, Jose Maria Aznar, com um carro-bomba.

1996:

O partido de direita ganha as eleições gerais. Para o ETA o novo governo é uma herdeiro da ditadura do General Franco.

1997:
O ETA sequestra e mata o conselheiro basco Miguel Angel Blanco e causa revolta entre à população que vai às ruas para protestar contra grupo. Vinte e três líderes do Herri Batasuna são condenados a sete anos de prisão por colaborar com o ETA.

1998

Fevereiro: Herri Batasuna elege novos líderes provisórios.

Março: Grande parte dos países espanhóis se une para tentar acabar com a violência na região basca. O governo ainda não se envolve.

Junho: Um carro bomba mata o conselheiro do partido popular Manuel Zamarreno.

Setembro: O ETA anuncia seu primeiro cessar-fogo.

1999

Maio: Acontece a primeira e única reunião entre o ETA e o governo espanhol em Zurique na Suíça.

Agosto: O primeiro-ministro Jose Maria Aznar acusa o ETA de ter "medo da paz" e chama o grupo para um compromisso maior.

Novembro: O ETA anuncia o fim de cessar-fogo em um jonal basco culpando a falta de progresso no diálogo com o governo espanhol.

2000

Janeiro de fevereiro: Carros bom explodem em Madrid e na capital Basca Vitoria marcando a volta da campanha de violência.

Maio: O rei Juan Carlos e a rainha Sofia lideram um minuto de silêncio em protesto contra a morte do jornalista Jose Luis de la Calle. É a primeira vez que a monarquia se manifesta contra o grupo.

Agosto: Milhares de pessoas demonstram apoio ao ETA na cidade de Bilbao depois que quatro membros morreram em uma explosão de carro.

Novembro: O rei Juan Carlos condena o grupo no discurso de comemoração ao seu 25; aniversário de ascensão ao trono. O anúncio acontece dois dias depois da morte de um ex-ministro.

2001


Março: O membro do partido socialista Froilan Elexpe é morto em um suposto atentado do ETA.

Maio: O membro do partido popular Manuel Jimenez Abad é morto na cidade de Zaragoza uma semana antes das eleições parlamentares do País Basco.

Novembro: O juiz Jose Maria Lidoné morto menos de 24 horas depois de um carro bomba ter ferido 100 pessoas em Madrid. Ele tinha condenados simpatizantes do ETA em 1987.

Dezembro: A União Europeia declara e reconhece que o ETA é um organização terrorista.

2002

Julho: O juiz Baltasar Garzon ordena o corte de 18 milhões de euros no patrimônio do Batasuna.

Agosto: O juiz Garzon suspende o Batasuna por três anos por envolvimento com o ETA.

Setembro: A polícia francesa captura um homem e um mulher suspeitos de serem líderes do ETA. O homem, Juan Antonio Olarra Guribi, pode ser o chefe militar do grupo.

Dezembro: O chef da logística do grupo Ibon Fernandez Iradi escapa da prisão, apenas tr~es dias depois de ser capturado na divisa com a França.

2003

Fevereiro: O governo espanhol fecha o jornal basco Euskaldunon Egunkaria por causa de ligações com o ETA. Um outro jornal, Egunero, publica a manchete: "Fechado mas não silenciado".

Março: A Suprema Corte da Espanha bane o Batasuna permanentemente. É a primeira vez desde que Franco morreu, em 1975, que um partido é banido do país.

Maio: Dois policiais morem por causa de uma bomba no norte da Espanha.

Julho: Bombas explodem nos balneários de Alicante e Benidorm, ferindo 13 pessoas. Cinco dias depois uma bomba explode no estacionamento do aeroporto Santander.

Novembro: A polícia espanhola prende 12 suspeitos de serem líderes do ETA.

Dezembro: A polícia recaptura o chef da logítica do ETA Ibon Fernandez Iradi na França.

2004

Março: O ETA é acusado do ataque de bombas em 11 de março em Madrid, mas depois grupos islâmicos assumem o ataque.

Outubro: Mikel Albizu, conhecido como Antza, um dos líderes do ETA, e sua companheira, Maria Soledad Iparraguirre são detidos no sudoeste da França.

2005

Outubro: O segundo comandante do ETA, Harriet Aguirre, é preso na França.

Novembro: A Espanha julga 56 suspeitos de serem ativistas do ETA.

2006

20 de março: ETA reivindica a responsabilidade por uma série de bombas plantadas de forma a coincidir com uma greve geral convocada pelo partido Batasuna.

22 de março: ETA declara um cessar-fogo permanente, marcado para começar dois dias depois.

30 de dezembro: Uma bomba explode no estacionamento do aeroporto de Barajas, em Madrid. Duas pessoas morrem. O governo acusa o ETA.

2007


2 de janeiro: O ministro do Interior espanhol, Alfredo Perez Rubalcaba, afirma que o processo de paz está "quebrado, liquidado, terminado".

9 de janeiro: ETA assume oficialmente a autoria do ataque no aeroporto de Madrid, mas diz que o "cessar-fogo permanente" continua.

14 de janeiro: Milhares de pessoas protestam em Madrid e Bilbao contra o ataque a bomba ocorrido no aeroporto da capital espanhola em dezembro. A marcha da paz é boicotada por um grupo de oposição ao Partido Popular e por representantes das vítimas de ataques do ETA.

31 de março: A polícia destroi uma unidade do comando, onde teriam sido pensados 24 ataques entre os anos de 2004 e 2006. Oito pessoas são presas na operação, que também recolheu material de fabricação de bombas.

8 de abril: O ETA diz que está pronto para assumir novos compromissos para a paz se as autoridades espanholas porem fim aos ataques contra o grupo. O governo responde, dizendo que o ETA "só tem que cumprir uma única etapa: renunciar à violência".

6 de junho: ETA encerra seu cessar-fogo "permanente" com o governo espanhol e promete defender o País Basco "com todas as armas e em todas as frentes". O primeiro-ministro espanhol condena a declaração.

8 de junho: O primeiro-ministro francês, Jose Luis Rodriguez Zapatero, admite ter mantido contato com o ETA por curtos períodos desde o ataque ao aeroporto de Madrid, em dezembro de 2006. Zapatero, contudo, afirmou que o grupo teria feito demandas políticas inaceitáveis.

26 de julho: O chefe de logística do ETA, Juan Cruz Maiza Artola, e outros dois membros da organização são presos na cidade de Rodez, na França.

1; de setembro: Quatro homens do ETA, incluindo Luis Ignacio Iruretagoyena, que disse ser o principal fabricante de bombas para o grupo, são presos em uma operação Cahors, na França. O grupo teria realizado o atentado fatal no aeroporto de Madri em dezembro de 2006.

9 de setembro: O ETA afirma que a violência vai continuar até que o País Basco seja independente. Na primeira declaração desde o cessar-fogo de junho, o grupo promete "atacar as estruturas do Estado espanhol em todas as frentes".

5 de outubro: A polícia espanhola prende quase todos os membros do partido político do ETA, Batasuna, acusados de glorificarem o terrorismo.

1; de dezembro: Um policial espanhol é morto e outro é ferido depois de serem alvejados a tiros por membros do ETA durante uma operação de vigilância no sudoeste da França. O segundo policial morre diaas depois do ataque.

19 de dezembro: A corte anti-terrorismo da Espanha condena 47 pessoas a cumprir de dois a 20 anos de prisão devido a ligações com o ETA. Os condenados fazem parte de uma rede de organizações sociais, políticas e da juventude favoráveis ao separatismo.

2008

7 de março: O ex-vereador socialista Isaias Carrasco, é morto a tiros na frente de sua casa no País Basco, dois dias antes das eleições gerais da Espanha. O primeiro-ministro Jose Luis Rodriguez Zapatero acusa o ETA do ataque.

21 de maio: O comandante sênior do ETA, Javier Lopez Pena, é preso em um ação conjunta da Espanha e da França na cidade francesa de Bordeaux.

20 de julho: Cinco bombas explodem no norte da Espanha, quatro delas em um popular balneário da região. Ninguém ficou gravemente ferido. Oficiais dizem que o ETA havia comunicado os ataques.

2 de agosto: O membro do ETA De Juana Chaos sai da cadeia depois de 21 anos, período em que cumpriu pena pela morte de 25 pessoas. Ele recebeu sentença de mais de 3 mil anos de prisão em 1987, mas o código penal só permite 30 anos de detenção. Sua liberação provocou revolta na comunidade.

16 a 18 de setembro: A Suprema Corte bane dois partidos políticos bascos, acusados de agir como fachada para os militantes do ETA.

21 de setembro: Um carro-bomba explode perto de uma academia militar no norte da cidade de Santona, matando um oficial do exército e ferindo várias outras pessoas. A ação ocorreu horas depois de dois ataques a bomba no País Basco ferirem 11 pessoas.

30 de outubro: Um carro-bomba explode no estacionamento de uma universidade em Pamplona, no norte da Espanha, ferindo 15 pessoas. Policiais atribuem o ataque ao ETA.

17 de novembro: O chefe militar do ETA, Garikoitz Aspiazu Rubina, conhecido Txeroki, é preso no sul da França.

24 de novembro: Txeroki é acusado do ataque ao aeroporto de Madrid, em 2006.

3 de dezembro: Um empresário ligado a um grupo opositor ao ETA é morto em Azpeitia, na região basca.

8 de dezembro: Aitzol Irionda, suspeito de ser o novo chefe militar do ETA é preso no sudoeste da França.

31 de dezembro: Um carro-bomba explode perto do escritório de uma estação basca de televisão em Bilbao.

2009


9 de fevereiro: Uma van explode próximo de um centro de conferências e de uma linha ferroviária de Madrid. Ninguém ficou ferido.

6 de abril: Um policial francês descobre um fábrica artesanal de bombas no sudeste da cidade de Grenoble.

10 de abril: O membro sênio do ETA Ekaitz Sirvent Auzmendi é detido em Paris portando um revolver Magnum e falsa identidade.

19 de abril: Jurdan Martitegi, considerado o militar líder do ETA, é capturado no sudoeste da França.

5 de maio: O parlamento da região basca da Espanha elege o seu primeiro governo não-nacionalista em 30 anos.

19 de junho: Um policial sênior é morto quando uma bomba é jogada dentro de seu carro, na cidade de Bilbao.

29 julho: Uma enorme bomba explode em um carro próximo ao quartel da guarda civil na cidade espanhola de Burgos. Dezenas de pessoas ficaram feridas com os estilhaços de vidro. Autoridades dizem que é um milagre que ninguém foi morto.

30 de julho: Apenas um dia após o ataque de Burgos, um quartel da guarda civil em Maiorca é bombardeado. Dois policiais são mortos.

6 de agosto: Juan Manuel Inciarte, 55 anos, suspeito de ter matado cinco policiais e a mulher grávida de um deles, é preso em Madrid, depois de ter sido deportado do México.

2010

28 de fevereiro: O principal líder do ETA, Ibon Gogeascotxea, é preso no noroeste da França com outros dois homens. As autoridades espanholas disseram que as algemas encontradas no local da prisão sugeriam o plano de um sequestro.

1; de março : O juiz espanhol Eloy Velasco acusa o governo venezuelano de estar dando assistência a membros do ETA e das Farc, as forças revolucionárias armadas da Colômbia. Seis membros do ETA e sete das Farc são condenados por estarem com planos terroristas, incluindo um para assassinar o presidente colombiano, Alvaro Uribe.

17 de março: Jean-Serge Nerin se torna o primeiro policial francês a ser morto pelo ETA, depois de parar um grupo suspeito de estar roubando carros. O presidente da França, Nicolas Sarkozym promete erradicar todas as bases do ETA na França.

3 de maio: Três membros do ETA vão a julgamento acusados de um ataque a bomba no aeroporto de Madrid, em 2006.

5 de setembro: ETA anuncia a decisão de não realizar ações armadas em um vídeo obtido pela rede britânica BBC.

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