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Tropa iraquiana pede ajuda aos americanos para conter ataques

postado em 06/09/2010 09:15
Cinco dias depois de os Estados Unidos anunciarem oficialmente o fim das operações de combate no Iraque, o Exército local sofreu o pior ataque desde o anúncio de retirada e teve de pedir ajuda às forças americanas. Um atentado coordenado com pelo menos cinco homens bomba a uma base militar na capital, Bagdá, resultou na morte de 12 pessoas e deixou 36 feridos. O episódio foi mais uma amostra da dificuldade das forças iraquianas em manter a segurança, passados sete anos da invasão que derrubou Saddam Hussein.

Pelo menos cinco terroristas, armados e carregados de explosivos, conseguiram entrar pelos fundos do complexo militar que abrigava a sede do Ministério da Defesa, no centro de Bagdá. ;Um deles desceu de um micro-ônibus. As forças de segurança abriram fogo e ele detonou os explosivos que transportava;, afirma um comunicado oficial. No lugar onde estão as forças de comando responsáveis pela segurança do leste da capital também trabalhavam oficiais americanos que atuarão como conselheiros das forças locais na fase de transição.

Dois homens armados invadiram o prédio e atacaram os militares. O porta-voz do Exército americano em Bagdá, tenente-coronel Eric Bloom, confirmou em um comunicado que soldados americanos se juntaram aos iraquianos para se defender, e chegaram a usar suas armas. As tropas dos Estados Unidos que ainda permanecem no país só podem participar de operações quando forem requisitadas pelas autoridades do Iraque, ou quando tiverem de agir em defesa própria.

Soldados iraquianos ajudam colega ferido na ofensiva insurgente: governo se diz Após o ataque de ontem, os americanos tiveram de dar cobertura ao Exército iraquiano e chegaram a perseguir dois terroristas. ;Durou alguns minutos e terminou muito rápido;, disse Bloom, que também confirmou que a intervenção foi realizada segundo os termos do acordo de segurança concluído entre Bagdá e Washington para regulamentar a retirada. Nenhum militar americano ficou ferido, informou o porta-voz, que também afirmou que os EUA ofereceram apoio aéreo para as operações.

A base militar que sofreu o ataque também foi cenário de um violento atentado no mês passado, com saldo de 59 mortos. Duas semanas antes, o governo americano tinha reduzido seu efetivo militar no Iraque a menos de 50 mil combatentess. Washington enviou ao todo mais de um milhão de militares ao país árabe desde a invasão, em março de 2003, e perdeu 4, 4 mil militares no conflito. Agora, o trabalho dos americanos ficará restrito ao treinamento e aconselhamento das forças iraquianas ate que a retirada seja concluída, no fim de 2011.

Obama
Na última terça-feira, quando anunciou o fim da missão de combate, o presidente Barack Obama afirmou que os líderes iraquianos precisavam organizar a ofensiva contra os extremistas e construir um governo estável. ;Eu os encorajo a moverem-se adiante contra a insurgência. A violência não vai acabar com a declaração do fim dos combates. Nesse memorável capítulo da história dos EUA e do Iraque, arcamos com nossas responsabilidades. Agora, é hora de virar a página;, discursou Obama.

Para o primeiro-ministro Nuri Al-Maliki, as forças militares iraquianas são capazes de assumir total responsabilidade pela segurança do país. Depois de quase uma década de guerra, o Iraque ainda não encontrou estabilidade política. Mesmo após as eleições realizadas em março, os partidos políticos não conseguiram formar o novo governo.

O número
US$ 802 bilhões
Total dos gastos norte-americanos com a ocupação do Iraque, desde 2003

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