Agência France-Presse
postado em 06/09/2010 18:32
VIENA - O Irã dispõe de 22 quilos de urânio altamente enriquecido, supostamente para um reator de pesquisa, e está obstruindo a investigação sobre seu programa atômico ao impedir a entrada de inspetores internacionais em seus centros nucleares, segundo um relatório das Nações Unidas ao qual a AFP teve acesso nesta segunda-feira (6/9)."O Irã estimou que entre 9 de janeiro de 2010 e 20 de agosto de 2010 (...) foram produzidos 22 quilos de UF6, ou urânio enriquecido a 20%" em sua fábrica piloto de enriquecimento de combustível em Natanz, segundo um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) destinado a seu Conselho de Diretores e ao qual a AFP teve acesso.
No passado, o Irã tinha enriquecido urânio em Natanz a apenas 5%. O enriquecimento a cerca de 20% de purificação apenas começou no início de fevereiro com o objetivo de utilizá-lo como combustível para o reator de pesquisas de Teerã.
Esta progressão do grau de enriquecimento de urânio foi feita por especialistas nucleares iranianos apesar das sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e às condenações pela maioria dos países ocidentais que estimam que essa produção de UF6 aproxima o regime islâmico da capacidade necessária para produzir a bomba atômica.
Segundo o novo relatório da AIEA, o Irã colocou o material "em um cilindro de capacidade de cerca de 25 quilos, e este foi colocado sob vigilância".