Agência France-Presse
postado em 08/09/2010 12:36
A instituição sunita egípcia Al Azhar, tradicionalmente moderada, e o grupo islamita egípcio Irmandade Muçulmana estimaram nesta quarta-feira (8/9) que o projeto de um grupo evangélico americano de queimar exemplares do Corão no dia 11 de setembro seria um duro golpe na imagem dos Estados Unidos.O xeque Abdel el Moati el Bayumi, um dos principais diretores da Al Azhar no Cairo, lançou um apelo ao governo do presidente Barack Obama - que em junho de 2009 pronunciou na capital egípcia um importante discurso de conciliação com o mundo muçulmano - para que impeça a queima do Alcorão.
"Se o governo (americano) não conseguir impedir isso, seria a última manifestação de terrorismo religioso e arruinaria as relações entre os EUA e o mundo muçulmano", declarou El Moati à AFP. "Isso será uma oportunidade para o terrorismo. Vocês querem combater o terrorismo ou incentivá-lo?", indagou.
[SAIBAMAIS]Próxima ao governo egípcio, a prestigiada Al Azhar, que funciona como referência de centro religioso e universidade religiosa, é considerada um pólo moderado da doutrina sunita.
Ao mesmo tempo, um alto dirigente da Irmandade Muçulmana egípcia, Esam al Erian, disse à AFP que queimar o livro sagrado do islã seria "um ato de barbárie que lembra a Inquisição".
Se a iniciativa, anunciada para o dia 11 de setembro, for concretizada, "o ódio aos Estados Unidos no mundo muçulmano aumentará", afirmou.