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Ataque terrorista em Israel deixa três pessoas mortas

postado em 13/09/2010 08:00
A retomada nas negociações de paz entre israelenses e palestinos não foi suficiente para evitar mais episódios de violência na região. Ontem, poucos dias depois do início do diálogo entre o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmud Abbas, um ataque das Forças de Defesa de Israel (IDF, pela sigla em inglês) deixou três palestinos mortos, e outros três feridos, na região de Beit Hanoun, perto da fronteira de Israel com a Faixa de Gaza.

Segundo informações de redes de TV locais, as vítimas do ataque de ontem são Ibrahim Abdala Abu Sayed, 91 anos, dono de uma granja na região, e Ismael Walid Abu Roda, 20. Ambos morreram na hora. Hosam Jaled, de 17 anos, neto de Ibrahim, chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Enquanto veículos palestinos noticiaram que se tratavam de agricultores, a Rádio Israel, ligada ao Exército, afirmou que as vítimas eram ;terroristas armados do Hamas;.

O ataque foi em resposta a outros bombardeios que ocorreram mais cedo, quando três foguetes disparados pelo Hamas atingiram uma região desabitada de Israel, sem causar danos. O grupo, que não reconhece a autoridade política de Abbas, tomou à força o controle de parte da Faixa de Gaza em 2007. Excluídos das negociações de paz, eles garantem que não respeitarão nenhum acordo assinado pela Autoridade Palestina.

Os episódios coincidiram com a celebração do ano novo judaico, e com o feriado de Eid ul-Fitr ; que marca o fim do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos. Nos últimos dias, diversos morteiros e mísseis foram atirados, tanto por israelenses quanto por palestinos. O chefe do serviço secreto de Israel, Yuval Diskin, disse que esse tipo de situação já era esperada. ;O progresso nas negociações de paz vai aumentar as motivações dos diferentes grupos armados para sabotar o processo;, afirmou, em uma audiência governamental.

Reunião
Apesar da onda de violência dos últimos dias, continua mantida para amanhã, no balneário egípcio de Sharm-el-Sheik, a reunião entre as lideranças de Israel e da Palestina, conforme ficou acertado no encontro da última semana entre Abbas e Netanyahu com a participação da secretária de Estado americana, Hillary Clinton. Além dela, o enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, George Mitchell, também mediará as negociações de paz. No dia seguinte, os dois líderes voltam a se encontrar ; dessa vez sem a presença dos americanos ; em Jerusalém.

Ontem, durante reunião semanal do conselho de ministros, Netanyahu lembrou que o avanço do diálogo(1) está condicionado ao reconhecimento, por parte dos palestinos, de um Estado para o povo judaico. ;Ouço ;dois Estados;, mas não ouço ;dois povos;;, disse, em referência ao discurso dos palestinos, que não reconhecem o caráter judaico de Israel. Já para Abbas, o futuro do processo de paz depende da liberação de presos palestinos em poder dos israelenses. ;Queremos que se permita aos palestinos viver com liberdade e independência;, afirmou.

1 - Desacordo sobre colônias
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, vem demonstrando que não concorda plenamente com as orientações vindas dos EUA, seu tradicional aliado. Ao contrário do que sugeriu o presidente norte-americano, Barack Obama, o premiê anunciou ontem que pretende retomar a construção de assentamentos judaicos em áreas das Cisjordânia reclamadas pelos palestinos. No próximo dia 26, termina a moratória de 10 meses que Netanyahu decretou para a construção de novas casas e, conforme sinalizou o primeiro-ministro, as obras devem ser retomadas. ;Não construiremos milhares de casas, mas também não é nossa intenção congelar as vidas dos colonos;, afirmou.

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