Agência France-Presse
postado em 13/09/2010 17:33
Teerã - Dois influentes religiosos iranianos pediram nesta segunda-feira (13/9) que todos aqueles que queimarem o Alcorão sejam mortos, anunciou a agência de notícias Fars, no momento em que centenas de pessoas protestavam diante da embaixada da Suíça, que representa os interesses americanos em Teerã."Do ponto de vista da jurisprudência, é obrigatório e necessário opor-se a pensamentos como este e é obrigatório matar as pessoas que tenham cometido este ato", declarou o aiatolá Hosein Nuri Hamedani, citado pela Fars.
O aiatolá Naser Makarem Chirazi considerou que essa decisão não deve ser tomada sem que um "juiz religioso" seja consultado.
"Certamente, pode-se derramar sangue da pessoa que queima (um exemplar) do Alcorão. Mas sobre esta questão, nada pode ser feito sem a permissão de um juiz religioso", disse o aiatolá Chirazi à agência.
O guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, denunciou um "ato de ódio". "Este incidente não tem nada a ver com a igreja e o cristianismo (...), nós muçulmanos nunca cometeremos atos semelhantes contra as crenças sagradas de outras religiões", acrescentou.
O guia supremo afirmou: "todos os muçulmanos pedem ao governo americano, se for sincero, que afirme que não está envolvido nestes atos e que castigue os responsáveis por este grande crime".
Vários representantes iranianos, incluindo o presidente Mahmud Ahmadinejad, classificaram de "complô sionista" a iniciativa de uma igreja americana de querer queimar exemplares do Alcorão por ocasião do nono aniversário dos atentados de 11 de setembro.
O pastor desistiu da ideia, mas um grupo de cristão arrancou as páginas de alguns exemplares do Alcorão diante a Casa Branca no último sábado.
Cerca de 500 pessoas se manifestaram nesta segunda-feira contra os Estados Unidos diante a embaixada da Suíça no norte de Teerã para protestar contra a ordem de queimar o Alcorão.
A embaixada suíça representa os interesses americanos no Irã desde a ruptura das relações diplomáticas entre Washington e Teerã depois da revolução islâmica em 1979.