Mundo

Vítimas de ataques de tubarões se unem em defesa de seus agressores

Agência France-Presse
postado em 13/09/2010 21:25
Nova York - Eles perderam braços, pernas e pés, mas apesar disso, nove sobreviventes de ataques de tubarão aderiram a uma campanha para sensibilizar as pessoas para o risco que os maiores predadores dos oceanos correm em virtude da ação do homem.

Os sobreviventes se reuniram nesta segunda-feira (13/9) na sede da ONU, em Nova York, para dizer ao mundo que os agressores, como o grande tubarão branco, precisam de proteção urgente.

Paul de Gelder, mergulhador da Marinha australiana, que teve a mão e parte da perna direitas arrancadas no ano passado por um tubarão perto da Baía de Sydney, explicou que estava ali para "dar voz a um animal que não podia fazê-lo".

A pesca intensiva está empurrando algumas espécies à beira da extinção, com 73 milhões de tubarões mortos anualmente só para a retirada das barbatanas, uma prática conhecida como ;finning;.

"Estamos dizimando a população de tubarões por uma tijela de sopa, apenas", contou Gelder.

O Pew Environment Group, uma organização sediada em Washington e que levou os sobreviventes para a ONU, informou que 30% das espécies de tubarão estão ameaçadas ou à beira da extinção, enquanto se desconhece o destino de 47%.

Cientistas alegam que exterminar os tubarões, que ocupam o topo da cadeia alimentar dos oceanos, criaria um efeito em espiral destrutivo para o ecossistema marinho. Por exemplo: os tubarões se alimentam de aves marinhas. Um declínio na população de tubarões significaria, assim, um aumento do número de aves marinhas que comem peixes que são a base alimentar do atum, outra espécie ameaçada.

Outro exemplo seria o colapso gradativo da vida nos arrecifes de coral, uma vez que a remoção do principal predador, provocaria desequilíbrio no ecossistema.

"As consequências para o ecossistema do oceano são muito amplas", explicou Matt Rand, diretor do programa de preservação de tubarões do instituto Pew.

A instituição pressiona para por um ponto final ao ;finning; - modalidade de pesca em que se retira apenas a barbatana do tubarão e o peixe é devolvido, agonizante, ao mar -, e por um endurecimento das normas para a caça em todo o mundo.

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Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação
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Vítimas de ataques de tubarões se unem em defesa de seus agressores

Agência France-Presse
postado em 13/09/2010 21:25
Nova York - Eles perderam braços, pernas e pés, mas apesar disso, nove sobreviventes de ataques de tubarão aderiram a uma campanha para sensibilizar as pessoas para o risco que os maiores predadores dos oceanos correm em virtude da ação do homem.

Os sobreviventes se reuniram nesta segunda-feira (13/9) na sede da ONU, em Nova York, para dizer ao mundo que os agressores, como o grande tubarão branco, precisam de proteção urgente.

Paul de Gelder, mergulhador da Marinha australiana, que teve a mão e parte da perna direitas arrancadas no ano passado por um tubarão perto da Baía de Sydney, explicou que estava ali para "dar voz a um animal que não podia fazê-lo".

A pesca intensiva está empurrando algumas espécies à beira da extinção, com 73 milhões de tubarões mortos anualmente só para a retirada das barbatanas, uma prática conhecida como ;finning;.

"Estamos dizimando a população de tubarões por uma tijela de sopa, apenas", contou Gelder.

O Pew Environment Group, uma organização sediada em Washington e que levou os sobreviventes para a ONU, informou que 30% das espécies de tubarão estão ameaçadas ou à beira da extinção, enquanto se desconhece o destino de 47%.

Cientistas alegam que exterminar os tubarões, que ocupam o topo da cadeia alimentar dos oceanos, criaria um efeito em espiral destrutivo para o ecossistema marinho. Por exemplo: os tubarões se alimentam de aves marinhas. Um declínio na população de tubarões significaria, assim, um aumento do número de aves marinhas que comem peixes que são a base alimentar do atum, outra espécie ameaçada.

Outro exemplo seria o colapso gradativo da vida nos arrecifes de coral, uma vez que a remoção do principal predador, provocaria desequilíbrio no ecossistema.

"As consequências para o ecossistema do oceano são muito amplas", explicou Matt Rand, diretor do programa de preservação de tubarões do instituto Pew.

A instituição pressiona para por um ponto final ao ;finning; - modalidade de pesca em que se retira apenas a barbatana do tubarão e o peixe é devolvido, agonizante, ao mar -, e por um endurecimento das normas para a caça em todo o mundo.

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