Agência France-Presse
postado em 14/09/2010 11:15
As autoridades iranianas libertaram nesta terça-feira (14/9) a turista americana Sarah Shourd, que foi detida em julho de 2009 ao lado de dois amigos, anunciou o canal de televisão iraniano em inglês Press-TV."Sarah Shourd foi enviada aos representantes da embaixada da Suíça depois de ter sido libertada", anunciou o site da promotoria de Teerã.
Como Irã e Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas, a Suíça representa os interesses de Washington em Teerã.
O Irã anunciou no domingo que estaria disposto a libertar a americana sob pagamento de fiança no valor de meio milhão de dólares.
Em compensação, os dois americanos capturados junto com Shourd do lado iraniano da fronteira, procedentes do vizinho Curdistão iraquiano, Shane Bauer e Josh Fattal, ambos de 28 anos, permanecem detidos.
Depois da prisão, os jovens asseguraram que haviam se perdido durante uma excursão na montanha. No entanto, foram acusados de entrada ilegal e posteriormente de espionagem.
Os Estados Unidos sempre negaram que os detidos fossem espiões. No final de julho, o presidente Barack Obama pediu ao Irã que "libertasse imediatamente" os três americanos e assegurou que eles jamais trabalharam para o governo americano.
Na quinta-feira passada, o governo iraniano anunciou a libertação de Shourd para sábado por "compaixão islâmica", um dia depois da festa do final do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos.
Mas a justiça bloqueou a iniciativa, antes de aceitar uma libertação sob pagamento de uma fiança de meio milhão de dólares.
Desde o princípio, o caso dos três americanos gerou discrepâncias no poder iraniano. O chanceler Manushehr Motaki chegou a apresentá-lo no final de 2009 como um caso de "entrada ilegal no território iraniano".
Mas a linha dura do regime, liderada pelo ministro da Inteligência, Heydar Moslehi, sempre achou que os americanos eram espiões.
A libertação de Sarah Shourd tem, sem dúvida, como objetivo aliviar a tensão com Washington sobre o controvertido programa nuclear iraniano. O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, viaja no final de setembro aos Estados Unidos para participar na Assembleia Geral da ONU em Nova York.
Estes fatos acontecem quando o Irã está submetido à intensa pressão internacional por causa da iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani, de 43 anos, condenada a morrer por apedrejamento por acusação de adultério e planejamento de homicídio. A pena por ora foi suspensa pela justiça.