Agência France-Presse
postado em 14/09/2010 11:17
O primeiro-ministro japonês Naoto Kan sobreviveu nesta terça-feira (14/9) a um desafio a sua liderança partidária em uma votação interna do Partido Democrata do Japão (PDJ), derrotando o rival Ichiro Ozawa, o que o mantém como chefe de Governo.Após a votação, Kan afirmou que pretende revitalizar o país.
Kan obteve 721 pontos contra 491 para Ozawa, que pretendia desbancar o premier da liderança partidária e do cargo de chefe de Governo.
A votação teve um cálculo complexo e estava aberta aos 411 parlamentares, 2.400 vereadores e 340.000 membros do PDJ. O peso do voto dos deputados e senadores era preponderante.
[SAIBAMAIS]Naoto Kan, 63 anos, que está no poder desde junho, manteve portanto o cargo de primeiro-ministro, já que o PDJ tem maioria na Câmara dos Deputados.
"Agradeço aos militantes, mas acima de tudo ao povo, que me apoiou", declarou Kan após o anúncio do resultado da votação em um hotel de Tóquio.
Kan tinha mais de 60% da preferência dos japoneses sobre Ozawa, segundo pesquisas recentes. Apesar do eleitorado não ter participado na votação interna, a notoriedade do primeiro-ministro foi fundamental.
"O Japão está parado no meio do caminho. Reitero minha determinação de fazer de tudo para legar um Japão revitalizado à próxima geração", disse.
Kan substituiu em junho o impopular Yukio Hatoyama, que renunciou depois de passar apenas nove meses no poder, um período marcado por sua indecisão e por um escândalo de financiamento.
O primeiro-ministro conserva o cargo graças à vitória interna e à maioria do PDJ no Parlamento, conquistada nas eleições legislativas de agosto de 2009.
O PDJ acabou com mais de meio século de domínio do Partido Liberal Democrata (PLD, direita) na vida política japonesa.
Procedente da classe média, ao contrário de muitos de seus milionários antecessores, Kan transformou o emprego em prioridade, no momento em que o desemprego supera 5%, uma taxa muito alta no arquipélago.
Ele também deseja aprovar uma ampla reforma fiscal para garantir o futuro do sistema de proteção social.
Por ter sido ministro das Finanças no governo anterior, defende a disciplina orçamentária em um Japão endividado.