postado em 14/09/2010 16:12
Brasília ; Três semanas depois do massacre de 72 imigrantes na fronteira do México com os Estados Unidos, a Organização Internacional de Imigração (cuja sigla em inglês é OIM) e a Comissão Nacional de Direitos Humanos mexicana lançaram a campanha Não Mais ao Tráfico de Pessoas. O objetivo é estimular o combate ao tráfico de seres humanos e ao sequestro de imigrantes, além do fim às violações aos direitos humanos.As informações são da OIM. A campanha pretende informar sobre a ação dos cartéis, que atuam no tráfico de pessoas no México e faz parte de um projeto específico da Organização Internacional de de Imigração. O México é o quinto país da região a lançar a campanha regional, à qual já aderiram Costa Rica, El Salvador, Guatemala e Nicarágua. Pelos cálculos da Comissão Nacional de Direitos Humanos do México, por ano, mais de 20 mil pessoas são vítimas de tráfico no México.
;O acordo de cooperação (entre a OIM e a comissão mexicana) é vital para as duas organizações unirem forças em defesa dos direitos humanos dos imigrantes, principalmente os mais vulneráveis, como as mulheres, as crianças e os menores desacompanhados", disse o chefe da missão da OIM no México, Lothar Thomas Weiss.
Dados da Comissão Nacional de Direitos Humanos do México indicam que, apenas em 2009, aproximadamente 10 mil imigrantes foram vítimas de seqüestro. Pesquisas feitas nos primeiros meses deste ano mostram que há uma tendência para um número mais elevado de vítimas. A maioria das vítimas de seqüestro são migrantes da América Central, principalmente em Honduras e Guatemala.
As investigações indicam que os cartéis, que atuam no México, passaram a sequestrar imigrantes como meio para financiar as operações. Os criminosos cobram resgates, cujos valores variam de US$ 500 a US$ 3 mil. Quando os parentes não pagam os resgates, os cartéis oferecem emprego às vítimas, e, se elas recusam, são mortas.
No fim do mês passado, um grupo de 72 migrantes foi morto em uma fazenda, em San Fernando, no estado de Tamaulipas, na fronteira norte do México. Um dos sobreviventes disse que os assassinatos ocorreram porque as vítimas se recusaram a trabalhar para os criminosos. Havia mulheres e homens no grupo. Um brasileiro já foi identificado entre as vítimas.
O crime ainda está em fase de investigação pelas autoridades mexicanas. Suspeitos já foram presos e o massacre é atribuído ao cartel Los Zetas.