postado em 14/09/2010 19:14
Brasília ; A identificação dos 46 corpos das 72 vítimas do massacre ocorrido há três semanas no México, na fronteira com os Estados Unidos, deve atrasar pelo menos uma semana. A partir desta terça-feira (14/9), começam os festejos do Bicentenário da Independência do México e seguem até a próxima sexta-feira. Neste período, os órgãos públicos funcionarão em esquema de plantão para emergências, mas no país o clima é de feriado.Diplomatas brasileiros que acompanham o caso reiteraram à Agência Brasil que, por enquanto, apenas o corpo de um brasileiro foi identificado - Juliard Aires Fernandes, 20 anos. No entanto ainda há expectativas de identificação de outro brasileiro, Hermínio Cardoso dos Santos, 24 anos. Isso porque os documentos dele foram encontrados no local do crime. A chegada de peritos da Polícia Federal, na Cidade do México, é aguardada para a próxima semana.
Já foram identificados corpos de hondurenhos, salvadorenhos e guatemaltecas. As dificuldades na identificação dos corpos se deve, segundo as autoridades, pelo avançado estado de decomposição. Um dos sobreviventes da chacina, o equatoriano Luis Freddy Lala Pomavilla, afirmou que havia mais quatro pessoas, contando com ele, que não foram mortas. As autoridades mexicanas não confirmam a informação.
A chacina ocorreu em 23 de agosto, quando um grupo de imigrantes foi assassinado, em uma fazenda próxima às cidades de Reynosa e San Fernando, no estado de Tamaulipas. Os criminosos amordaçaram as vítimas, amarraram pés e mãos e as colocaram de costas para as paredes. Em seguida, todos foram fuzilados. Havia mulheres e homens entre as vítimas.
As autoridades mexicanas atribuem o crime às disputas de poder entre os vários cartéis de narcotráfico e tráfico de pessoas que atuam no país. Para integrantes da Procuradoria Geral da República (PGR), responsável pelas investigações, a chacina foi provocada integrantes do cartel Los Zetas. O governo do presidente do México, Felipe Calderón, anunciou a prisão de vários suspeitos e informou ter intensificado o o cerco aos cartéis no país.