Agência France-Presse
postado em 15/09/2010 16:35
Teerã - Uma mulher usando véu, que diz ser Sakineh Mohamadi Ashtiani, cuja pena de morte por apedrejamento por adultério gerou uma onda de protestos, negou nesta quarta-feira (15/9) em entrevista à TV, ter sido agredida ou torturada na prisão.Na entrevista que foi ao ar à noite, a mulher, que apareceu com a cabeça escondida sob um chador, desmentiu ter sido agredida depois que, em 28 de agosto, o jornal britânico The Times publicou a foto de uma mulher com o rosto descoberto que supostamente era Mohamadi Ashtiani. A foto era falsa e o jornal teve que se desculpar.
A lei obriga as cidadãs da República Islâmica do Irã a cobrir-se dos pés à cabeça, e esconder os cabelos debaixo de um véu.
Pouco depois dessa publicação, Sajad, o filho de Mohamadi Ashtiani, disse em coletiva por telefone ter "sabido" que a mãe recebeu 99 chibatadas em represália.
"Não confirmo isto. São mentiras e rumores", declarou na entrevista a mulher, falando em azeri com legendas em persa.
Ela também negou ter sido torturada por ter concedido uma entrevista à TV, exibida em 12 de agosto.
"Não fui torturada. O que digo são minhas palavras e ninguém me obrigou a vir diante desta câmera", declarou, reconhecendo assim como na primeira entrevista, que permitiu que um homem do convívio matasse o marido.
Segundo as autoridades iranianas, Mohamadi Ashtiani, de 43 anos, foi condenada em 2006 a 10 anos de prisão por participar do assassinato do marido, junto com um dos amantes, e a morrer apedrejada por ter cometido vários adultérios.
Em 9 de julho, a autoridade judicial iraniana anunciou oficialmente a "suspensão" da pena de morte e vários dirigentes iranianos o reiteraram, em caráter público ou privado, em resposta a iniciativas diplomáticas que pediam clemência.