postado em 15/09/2010 20:16
Brasília ; O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, acusou nesta quarta-feira (15/9) o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de intensificar o embargo econômico imposto aos cubanos desde 1962. Parrilla afirmou ainda que ao longo de 48 anos sob severas restrições, Cuba acumulou prejuízo de US$ 751,3 bilhões. O chanceler convocou hoje uma entrevista coletiva para apresentar os dados.As informações são do Ministério das Relações Exteriores de Cuba. O chanceler reclamou que o embargo impede Cuba de ;exportar e importar; bens e serviços livremente. O país não pode negociar com o dólar dos Estados Unidos e nem usar bancos estrangeiros ou acesso ao crédito de instituições norte-americanas.
Parrilla disse que o embargo econômico tem efeitos semelhantes a um ;ato de genocídio;. Segundo ele, a gestão Obama não pretende restabelecer relações políticas, diplomáticas nem econômicas com Cuba.
;É claro que o governo dos Estados Unidos não abriga intenção alguma de produzir uma mudança na sua política para Cuba ou cumprir com as resoluções da Assembléia Geral das Nações Unidas pedindo o fim do embargo;, disse o ministro. Segundo ele, o que se observa é um movimento oposto. ;Eles (os norte-americanos) seguem com exigências intervencionistas inaceitáveis;.
Parrilla afirmou que é uma ilusão imaginar mudanças no curto prazo nas relações bilaterais entre Estados Unidos e Cuba. Segundo ele, Obama ;viola os padrões internacionais básicos;, referindo-se à manutenção do embargo mesmo com a recomendação das Nações Unidas para a suspensão das restrições.
O chanceler lembrou que em 2009 representantes de 187 países apoiaram Cuba e rechaçaram a manutenção do embargo ao país. Na última segunda-feira o governo cubano anunciou que para promover reajustes na economia interna terá de demitir cerca de 500 mil funcionários públicos e autorizar atividades privadas. A iniciativa é uma inovação no regime em vigência no país desde a Revolução Cubana de 1959.