Agência France-Presse
postado em 16/09/2010 14:05
O presidente Felipe Calderón convocou os mexicanos para uma cruzada contra a pobreza e o crime no início do terceiro século de independência do país, no discurso comemorativo do bicentenário mexicano lido nesta quinta-feira no monumento Angel de la Independencia."É momento para nos unirmos para conquistar um destino melhor, para construir um México mais equitativo, mais seguro, mais democrático", afirmou Calderón na mensagem liga numa cerimônia com representantes do Congresso e do Poder Judicial.
No início de seu governo em dezembro de 2006, Calderón lançou uma ofensiva contra os carteis do narcotráfico, que deixou até agora mais de 28.000 mortos, e convidou os mexicanos a "vencer o pesadelo, o temor e a passividade".
"Sei que teremos a grandeza necessária para que os mexicanos do futuro saibam que a geração do bicentenário foi a que enfrentou com integridade o desafio de ser uma sociedade baseada na legalidade e na ordem", acrescentou.
Na noite de quarta-feira, o presidente deu o tradicional "grito" no Zócalo (praça central) da capital mexicana, diante de milhares de pessoas, para celebrar os 200 anos da independência do México, que acontece em meio a uma onda de violência que abala o país.
"Vivam os heróis que nos deram a pátria! Viva a independência nacional, viva o bicentenário da independência, viva o centenário da revolução! Viva o México", gritou Calderón, com a bandeira do país nas mãos, na sacada do Palácio Nacional.
As mais de 60.000 pessoas reunidas no Zócalo responderam ao discurso com gritos de "viva" e aplausos. Em seguida cantaram o hino nacional e assistiram a um espetáculo de queima de fogos de artifício, luz e som, que teve custo de 40 milhões de dólares.
O tradicional "grito" no Palácio Nacional foi precedido por uma cerimônia pré-hispânica no Zócalo, um desfile de carros alegóricos e diversas apresentações no centro da Cidade do México.
Os festejos pelo bicentenário da independência em todo o país acontecem em meio a fortes medidas de segurança em consequência da onda de violência ligada ao narcotráfico, que provocou mais de 28.000 mortes desde dezembro de 2006.
Ainda na noite de quarta, dezenove pistoleiros foram mortos num confronto com militares em Ciudad Mier, estado mexicano de Tamaulipas (nordeste), fronteira com os Estados Unidos e um dos mais afetados pela violência do narcotráfico.
O confronto aconteceu depois de uma ligação anônima que denunciou a presença de um bloqueio de homens uniformizados numa estrada da Tamaulipas.