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Cidade no Paquistão fica em alerta após assassinato de político em Londres

Agência France-Presse
postado em 17/09/2010 17:06
Karachi - Karachi, a maior cidade do Paquistão, estava em alerta nesta sexta-feira (17/9) pelo temor de uma possível explosão de violência, provocada pelo assassinato, em Londres, de Imram Farooq, importante líder político exilado na Grã-Bretanha.

Um dos fundadores do Muttahida Qaumi Movement (MQM), Farooq foi encontrado na tarde de ontem com ferimentos na cabeça e marcas de golpes de arma branca no bairro Edgware, no norte de Londres, em frente à residência, noticiou a mídia britânica.

No Paquistão, o primeiro-ministro, Yusuf Raza Gilani, condenou o "assassinato" de Farooq.

As ruas de Karachi ficaram vazias. O MQM decretou 10 dias de luto e cancelou as comemorações previstas para o aniversário do líder, Altaf Husain, também morador da Grã-Bretanha.

O assassinato, em Karachi, no mês passado, de um advogado do MQM, Haider Raza, desencadeou uma nova onda de violência étnica e política na cidade, que terminou com 85 mortos.

"Tomamos medidas de precaução para nos assegurarmos de que ninguém aproveite a situação para criar episódios de violência", explicou à AFP o chefe da polícia da cidade, Fayad Leghari.

Trabalhadores dos transportes e do comércio anunciaram o fechamento dos negócios em sinal de luto.

O MQM é aliado à coalizão liderada pelo Partido do Povo Paquistanês, no poder na província sulista de Sindh, da qual Karachi é a capital.

O movimento foi fundado para representar uma faixa de milhões de muçulmanos que fugiram da Índia durante a divisão sangrenta da antiga colônia britânica, em 1947. Ele representa, em Karachi, parte da população, majoritária, que fala urdu.

Farooq foi eleito deputado duas vezes, mas teve que se esconder em 1992, quando o governo ordenou uma ofensiva contra os ativistas do partido em Karachi.

O governo o acusa de assassinato e tortura, entre outros crimes. Farooq sempre assegurou que as acusações tinham motivação política e ressurgiu em 1999 na Grã-Bretanha, onde pediu status de refugiado político.

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