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Vaticano e polícia minimizam o alerta de complô terrorista contra o Papa

Agência France-Presse
postado em 18/09/2010 14:12
O Vaticano e a polícia minimizaram neste sábado (18/9) o alerta de complô terrorista para matar o Papa, favorecendo a aplicação do princípio de precaução, depois das noticias veiculadas sobre a prisão de seis suspeitos de organizar um atentado por ocasião da visita papal ao Reino Unido. [SAIBAMAIS]"Nunca concedemos uma grande importância a essas detenções", declarou neste sábado o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi. O religioso considerou "excessivos os comentários dos meios de comunicação ", enquanto o Sumo Pontífice prosseguiu imperturbável com sua primeira visita de Estado do Reino Unido. A serenidade do Vaticano contrasta com as manchetes da imprensa sensacionalista britânica e uma parte da imprensa italiana. "Um complô muçulmano para matar o Papa", afirma o Daily Express em sua primeira pagina. O Daily Mirror, ainda mais categórico, afirma que "os seis homens queriam pulverizar o Papa com bombas ocultas em lixeiras". La Stampa e Il Messaggero concordaram na manchete: "Queriam matar o Papa". Segundo o Corriere della Sera, principal jornal italiano, a Scotland Yard recebeu dicas de um informante que teria dito: "querem matar o Papa". O britânico The Guardian afirma, por sua parte, que agentes antiterroristas agiram "com base numa conversa ouvida por cima do ombro". Em seu primeiro comunicado - muito mais explícito do que de costume-, a Scotland Yard anunciou na manhã de sexta-feira a prisão de cinco homens suspeitos de "preparar ou instigar atos de terrorismo". Uma sexta pessoa foi presa horas mais tarde e, como as outras, continuava sendo interrogada pela polícia. As seis pessoas, de 26 a 50 anos de idade, trabalhavam para a empresa de limpeza privada Veolia Environmental Services, filial da francesa Veolia, terceirizada pelo conselho municipal de Westminster, segundo informou uma autoridade local em um comunicado. A polícia continua revistando a casa dos detidos e dos arredores onde moram no centro da cidade. Segundo os meios de comunicação britânicos, pelo menos cinco presos não são britânicos e a maioria seria de argelinos. Os investigadores não encontraram qualquer material perigoso e se negam a dizer o tipo de ameaça e se esta ameaça tinha a ver diretamente com o Papa. A polícia precisou que o dispositivo de segurança foi reexaminado, mas que o itinerário do Papa não foi modificado. "É provável que a polícia tenha atuado rapidamente a título preventivo ", escreveu no jornal The Times o ex-subdiretor de operações especiais da Scotland Yard, Andy Hayman. "Seria falso pretender que a detenção tenha sido o resultado de investigações de uma longa duração", assinalou um especialista, que não quis se identificar, ao Financial Times. Segundo a I.MEDIA, a agência de notícias especializada em Vaticano, os assessores do Papa acham que as prisões realizadas foi uma questão de excesso de cautela. O dispositivo de segurança era bem visível neste sábado no centro da capital. Centenas de policiais com jalecos florescentes se alinhavam ao longo do percurso que será feito pelo "papamóvel" blindado no penúltimo dia da visita de Bento XVI.

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