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China suspende intercâmbios governamentais bilaterais com Japão

A China suspendeu os intercâmbios governamentais bilaterais com o Japão depois da prisão de um capitão chinês, acusado de ter atacado embarcações da guarda-costeira japonea numa zona marítima em disputa, informou a impensa local neste domingo (19/9). [SAIBAMAIS]"A China já suspendeu seus intercâmbios bilaterais em nível provincial, assim como em nível ministerial", indicou o ministério chinês das Relações Exteriores, segundo a agência Nova China. Durante a semana, a China criticou energicamente o Japão em função da prisão do capitão do barco pesqueiro chinês, acusando as autoridades japonesas de provocar uma 'situação séria'. Na segunda-feira passada, o Japão colocou em liberdade os 14 tripulantes de um barco pesqueiro chinês capturado na semana passada, mas manteve detido seu capitão, apesar dos protestos da China, que convocou o embaixador japonês em quatro oportunidades. Este incidente diplomático está centrado numa cadeia de ilhotas no Mar da China Oriental, em cuja zona o Japão afirma que o barco chinês estava pescando ilegalmente na semana passada. Estas ilhotas desabitadas - chamadas Senkaku em japonês e Diaoyu em chinês -, são reivindicadas por ambos os países e se encontram numa zona onde aparentemente existem grandes depósitos de energia, geralmente foco de tensões regionais. Em função da situação, depois de adiar as conversações previstas com o Japão sobre a exploração de recursos energéticos no Mar da China Oriental, Pequim cancelou a viagem de uma delegação de políticos ao Japão. "O Japão provocou esta situação séria e deve assumir toda a responsabilidade", declarou a porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Jiang Yu. Segundo ela, é imperativo que o capitão do barco seja libertado imediatamente. Referindo-se ao cancelamento da viagem dos legisladores chineses, o porta-voz do governo japonês, Yoshito Sengoku, limitou-se a comentar: "É muito lamentável". E reiterou a posição japonesa de que o pesqueiro chinês atacou a patrulha marítima japonesa. O capitão Zhan permanece detido sob suspeita de obstrução de oficiais no exercício do dever, uma acusação que, de acordo com a lei japonesa, pode ser punida com uma pena de até três anos de prisão. A rivalidade entre o Japão, motor econômico da recuperação da Ásia depois da guerra, e o vizinho gigante asiático chegou a um ponto alto neste ano, pois a China está a ponto de substituí-lo como segundo economia mundial. A prisão do capitão chinês fortaleceu a paixão nacionalista da China.