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Vaticano participa de cerimônia pelo fim do Estado pontifício

Agência France-Presse
postado em 20/09/2010 14:51
Roma - Pela primeira vez em 140 anos, o número dois do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, participou nesta segunda-feira (20/9) da cerimônia oficial para lembrar a tomada da Porta Pia de Roma, em 20 de setembro de 1870, que significou o fim do Estado pontifício e a unificação da Itália.

"Viemos a esta homenagem para fazer um gesto simbólico e confirmar que Roma é a capital indiscutível da Itália e também a sede do sucessor de Pedro", declarou Bertone, secretário de Estado da Santa Sé.

A cerimônia foi realizada no local onde há 140 anos as forças que lutavam pela unificação italiana, os famosos "bersaglieri", abriram uma brecha na antiga muralha Aureliana e entraram no Estado pontifício.

A batalha foi um êxito militar que marcou a anexação de Roma ao Reino da Itália e o fim do Estado pontifício.

Bertone estava acompanhado do presidente da Itália, Giorgio Napolitano, que "prestou homenagem a Roma, mais do que nunca capital de um Estado democrático, que se transforma mantendo-se solidamente unitário", disse.

Para o prefeito de Roma, Gianni Alemanno, lembrar a tomada da Porta Pia permitiu d"associar o amor à pátria e as virtudes republicanas à cultura católica".

Em 1970, em ocasião dos 100 anos da tomada da Porta Pia, o papa Paulo VI celebrou uma missa em memória desse momento histórico, classificado de "providencial" para a Igreja, tendo em vista que a deixou sem o "poder temporal".

Paralelamente à cerimônia desta segunda-feira, alguns militantes do Partido Radical protestaram contra a presença do Vaticano no ato.

A chamada "Unificação da Itália" foi um complexo processo histórico que se desenvolveu ao longo do século XIX e levou à união dos diversos Estados em que estava dividida a Península Itálica, em sua maior parte ligados a dinastias consideradas "não-italianas" como os Habsburgo e os Bourbon.

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