Agência France-Presse
postado em 21/09/2010 15:52
A produção de alimentos ainda é deficiente em Cuba, devido a uma série de problemas burocráticos, carência de recursos e meios de trabalho, dois anos depois de o presidente Raúl Castro ter iniciado a distribuição de terras ociosas, advertiram economistas."É uma medida que teve de ser iniciada com certa antecedência", sem esperar que a situação chegasse a ser "insustentável", declarou nesta terça-feira a emissora Radio Rebelde Armando Nova, do Centro de Estudos de Economia, da Universidade de Havana, um dos principais especialistas cubanos no tema agropecuário.
Em 2008, quando Raúl Castro decidiu entregar as terras em usufruto, Cuba gastou 2,5 bilhões de dólares em importação de alimentos, vários dos quais podem ser produzidos no país.
De 1 milhão de hectares entregues em dois anos a cerca de 100.000 pessoas até agosto, "apenas 46% estão sendo utilizados" e 54% permanecem improdutivos, informou Pedro Olivera, diretor do Centro Nacional de Controle da Terra.
Olivera atribuiu essa situação a "altos volumes de pragas", à "carência de recursos e meios de trabalho", à seca que afetou o país", e às deficiências e atrasos no processo de distribuição.