Agência France-Presse
postado em 21/09/2010 16:28
O Senado americano rejeitou, esta terça-feira (21/9), abrir os debates sobre a suspensão da lei que impõe aos militares homossexuais não revelar sua orientação sexual sob pena de expulsão das Forças Armadas, descartando indefinidamente o exame desta norma polêmica.Os legisladores se pronunciaram por 56 votos contra, ou seja, quatro a menos que os necessários para permitir a abertura formal dos debates sobre uma ampla lei de financiamento da Defesa, na qual se compreendia a anulação da norma "Don;t ask, don;t tell" ("não pergunte, não diga"), adotada em 1993 sob o governo do então presidente americano, Bill Clinton, e apoiada pelo senador republicano e ex-candidato presidencial John McCain.
A Casa Branca se disse "decepcionada" com o repúdio do Congresso a abrir este debate. "Estamos decepcionados de não podermos avançar neste texto, mas continuaremos tentando", disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, em entrevista coletiva.
Menos de dois meses antes das eleições de meio de mandato, em novembro, consultas mostram um apoio avassalador da opinião pública americana pelo fim da política que exige a membros das Forças Armadas a omitir sua homossexualidade sob pena de serem expulsos.
Os críticos acusam a proibição de infringir os direitos civis dos militares gays e de comprometer a segurança nacional, ao forçar a saída de 14 mil militares expecializados.
Mas um general disse aos legisladores que uma pesquisa no Pentágono demonstrou que os fuzileiros americanos são predominantemente contrários à suspensão do veto.
Na segunda-feira, a estrela pop americana Lady Gaga jogou seu prestígio nos esforços para repelir esta prática.
A estrela, que se define como bissexual - e é musa da comunidade gay - pediu aos senadores que votassem pela revogação a norma "Não Pergunte, Não Diga" (Don;t Ask, Don;t Tell). "Estou aqui porque ;Don;t Ask, Don;t Tell; é ruim, é injusta, e acima de tudo contraria tudo que nos identifica como americanos", disse Lady Gaga em um parque de Portland, no Maine.
"O verdadeiro problema é o soldado heterossexual que odeia o soldado gay. A lei deveria expulsar o homófobo...", disse a polêmica estrela.