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Morte de palestino em Jerusalém complica negociações de paz

Agência France-Presse
postado em 22/09/2010 11:36

Jerusalém - A morte de um palestino, atingido por disparos do segurança de um assentamento judaico em Jerusalém Oriental, provocou distúrbios nesta quarta-feira (22/9), num momento em que o processo de paz israelo-palestino corre o risco de fracassar por causa da colonização.

A polícia israelense entrou na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, depois que palestinos começaram a jogar pedras nos oficiais.

Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas em enfrentamentos registrados entre manifestantes palestinos, que atiravam pedras, e policiais israelenses.

Um vigia israelense matou um palestino, Samir Serhan, de 30 anos, na madrugada de quarta-feira no bairro de Silwan, onde frequentemente ocorrem conflitos entre colonos judeus e os vizinhos palestinos.

Outros dois palestinos ficaram feridos, segundo testemunhas. "Fomos acordados por volta das 4h (20h de Brasília, terça-feira) por disparos, e quando descemos, vimos o cadáver de Samir na escada", disse à AFP um primo da vítima. "A polícia não permitiu que nos aproximássemos", acrescentou.

"Um segurança encarregado de proteger os residentes judeus do bairro disparou com a pistola depois de ter tido o carro apedrejado", disse o porta-voz da polícia israelense, Micky Rosenfeld. "O carro do segurança havia sido bloqueado por uma barricada", acrescentou o porta-voz policial. A polícia iniciou uma investigação, e o vigia já está sendo interrogado, explicou Rosenfeld.

A vítima foi presa por "participação em distúrbio", destacou Rosenfeld. A rádio militar israelense afirmou que Serhan carregava duas facas e uma chave de fenda.

A polícia disse à família que o corpo poderá ser retirado do quartel-general da corporação.

Em Silwan está prevista a construção de um polêmico parque arqueológico bíblico. Em junho, a prefeitura autorizou o projeto, cuja gestão foi entregue a uma associação ultranacionalista que alenta a colonização judaica em Jerusalén Oriental.

Ontem, o Quarteto para o Oriente Médio, integrado por Estados Unidos, União Europeia, ONU e Rússia, pediu que Israel prolongue o congelamento da colonização na Cisjordânia.

"O Quarteto nota que a moratória israelense sobre a colonização instituída em novembro passado teve um impacto positivo, e convida encarecidamente a continuá-la", afirmou o grupo em um comunicado, publicado em Nova York depois de sua reunião paralela à Assembleia Geral das Nações Unidas.

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