Jerusalém - A morte de um palestino, atingido por disparos do segurança de um assentamento judaico em Jerusalém Oriental, provocou distúrbios nesta quarta-feira (22/9), num momento em que o processo de paz israelo-palestino corre o risco de fracassar por causa da colonização.
A polícia israelense entrou na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, depois que palestinos começaram a jogar pedras nos oficiais.
Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas em enfrentamentos registrados entre manifestantes palestinos, que atiravam pedras, e policiais israelenses.
Um vigia israelense matou um palestino, Samir Serhan, de 30 anos, na madrugada de quarta-feira no bairro de Silwan, onde frequentemente ocorrem conflitos entre colonos judeus e os vizinhos palestinos.
Outros dois palestinos ficaram feridos, segundo testemunhas. "Fomos acordados por volta das 4h (20h de Brasília, terça-feira) por disparos, e quando descemos, vimos o cadáver de Samir na escada", disse à AFP um primo da vítima. "A polícia não permitiu que nos aproximássemos", acrescentou.
"Um segurança encarregado de proteger os residentes judeus do bairro disparou com a pistola depois de ter tido o carro apedrejado", disse o porta-voz da polícia israelense, Micky Rosenfeld. "O carro do segurança havia sido bloqueado por uma barricada", acrescentou o porta-voz policial. A polícia iniciou uma investigação, e o vigia já está sendo interrogado, explicou Rosenfeld.
A vítima foi presa por "participação em distúrbio", destacou Rosenfeld. A rádio militar israelense afirmou que Serhan carregava duas facas e uma chave de fenda.
A polícia disse à família que o corpo poderá ser retirado do quartel-general da corporação.
Em Silwan está prevista a construção de um polêmico parque arqueológico bíblico. Em junho, a prefeitura autorizou o projeto, cuja gestão foi entregue a uma associação ultranacionalista que alenta a colonização judaica em Jerusalén Oriental.
Ontem, o Quarteto para o Oriente Médio, integrado por Estados Unidos, União Europeia, ONU e Rússia, pediu que Israel prolongue o congelamento da colonização na Cisjordânia.
"O Quarteto nota que a moratória israelense sobre a colonização instituída em novembro passado teve um impacto positivo, e convida encarecidamente a continuá-la", afirmou o grupo em um comunicado, publicado em Nova York depois de sua reunião paralela à Assembleia Geral das Nações Unidas.